Bastou um simples rumor e alguns indícios de que a economia dos EUA podem estar a caminho de uma recessão para que o mundo financeiro entrasse ontem numa crise profunda. O nervosismo dos investidores teve origem num relatório divulgado na sexta-feira sobre os dados do empregos nos EUA. O documento mostrou que o número de postos de trabalho criados ficaram muito abaixo do esperado, quase ao nível de 2020, altura em que o mundo vivia em confinamento devido à pandemia, o que, para muitos, foi interpretado como uma forte desaceleração da maior economia do mundo. Por outro lado, a Reserva Federal tinha dito dois dias antes que iria manter as taxas de juro, que estão no valor mais elevado dos últimos 21 anos, pelo menos mais 45 dias. Um decisão que pode traduzir-se na dificuldade que a Fed está a ter para conseguir baixar a taxa de inflação, que atualmente está perto dos 3%, sem provocar uma crise económica.
Pelo meio. o mundo vive uma forte tensão geopolítica que foi agora agravada com a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e com a possível retaliação do Irão. Uma crise mais intensa numa região como o Médio Oriente pode provocar uma forte subida do preço do petróleo, o que iria provocar fortes pressões inflacionistas.