A Câmara de Mirandela, no distrito de Bragança, está a ajudar a pagar a renda a novas lojas que se instalem na cidade e prepara-se para a atribuir incentivos financeiros à criação de postos de trabalho permanentes.
Trata-se de medidas, como explicou à Lusa o presidente, António Branco para revitalizar o comércio tradicional em áreas mais deficitárias, destinadas essencialmente a microempresas, e para combater os programas ocupacionais de desempregados com estímulos à contratação a longo prazo.
Um conjunto de dez lojas está a beneficiar da ajuda de 1200 euros para pagar a renda, há mais três candidatas, e em fase de conclusão encontra-se o regulamento do programa “Emprego Já” que vai atribuir mil euros às empresas por cada posto de trabalho fixo que criarem, pelo menos, durante três anos.
O incentivo será pago em duas tranches: a primeira no ato da contratação e a segunda passados 12 meses.
Estas medidas constam da estratégia delineada pelo Gabinete de Apoio à Empresa e ao Empreendedor que, no ano de 2015, conseguiu, com vários programas e medidas “promover o emprego de 64 pessoas”, como afirmou à Lusa o autarca.
A taxa de desemprego no concelho de Mirandela continua a ser das mais altas de Portugal, na ordem dos 13%, com mais de 2100 desempregados inscritos no centro de emprego de um concelho com pouco mais de 23 mil habitantes.
O incentivo à renda de 1200 euros durante seis meses já contemplou lojas de diferentes ramos, desde informática, comunicação, prestação de serviços ou costura.
A aposta da autarquia é “essencialmente em setores deficitários e zonas deprimidas da cidade”, com o presidente da Câmara a deixar claro que não apoiará oferta que já existe em abundância e que é responsável pela dinâmica económica do concelho, nomeadamente as lojas de produtos regionais, onde prevalece a típica alheira de Mirandela.
Já o programa de incentivos à contratação “já têm várias empresas que manifestaram interesse, está a terminar a discussão pública do regulamento, só depois abrem as candidaturas para concorrer”, o que o autarca perspetiva possa ocorrer em abril.
A Câmara tem um orçamento de 50 mil euros destinado ao “Emprego Já”, o que significa que poderão ser apoiados cerca de cem postos de trabalho na primeira fase, de acordo com António Branco.