Depois de quatro anos a testar as versatilidades do programa Estou Aqui em mais de 100 mil crianças, a Fundação PT decidiu dar o salto para os mais velhos. Se houver algum sénior em situação de risco (por demência ou por solidão, por exemplo), ele ou algum familiar pode pedir uma pulseirinha na PSP (sem que os seus passos sejam rastreados). Graça Rebocho, diretora da Fundação PT, explica que o processo é idêntico ao das crianças: “A base de dados onde são efetuados os registos é da PSP, com total garantia de confidencialidade.”
Se alguém encontrar um idoso desorientado, e ele tiver uma pulseirinha no braço, deve olhar para a chapa que contém um número alfanumérico e telefonar ao 112 (essa instrução está lá escrita) para relatar o que se passa. Nessa altura, a chamada é encaminhada para a PSP que com base no código consegue contactar o familiar ou instituição dada como contacto mais próximo.
Paulo Flor, porta-voz da Polícia de Segurança Pública, afirmou à LUSA que o programa foi alargado aos adultos tendo em conta as muitas situações de cidadãos desorientados na rua, sobretudo durante a noite.
“Trata-se de um projeto inovador que pretende proporcionar uma mais fácil identificação de pessoas que sofram algum tipo de desorientação na via pública, ainda que momentânea, e um reencontro célere com os familiares ou amigos indicados na inscrição”, conclui.
Para já, e durante seis meses, o programa está em modo piloto. Quer isto dizer que, até maio, só podem pedir esta pulseira as pessoas indicadas pelas quatro instituições ligadas ao projeto (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Fundação Liga, Associação Alzheimer Portugal e entidades do Programa Significativo Azul da PSP). Depois deste teste com cinco mil “cobaias”, a ideia será alargada a toda a população sénior.
“Isto não é uma pulseira eletrónica nem um chip como os que se colocam nos animais. É apenas uma segurança”, lembra Graça Rebocho.
No caso do Estou Aqui para crianças, a PSP só teve de intervir duas ou três vezes em quatro anos e as situações foram de desaparecimento momentâneo e rápida resolução. Só prova que afinal não há assim tantos meninos a perderem o norte. Já os mais velhos…