Nada de manequins extraordinárias, decidiu o diretor criativo da Lanvin, Alber Elbaz, ao anunciar um casting para escolher pessoas comuns como rosto da campanha da marca.
E assim fez, como se vê nas imagens da campanha agora divulgadas: numa delas, vemos uma mulher jovem num vestido preto e branco e, na outra, Jackie Murdock, ex-bailarina, 82 anos.
Esta aposta em modelos com cabelos brancos é uma tendência crescente. Veja-se o caso de Cindy Joseph, uma americana que passou 25 anos a trabalhar como maquilhadora, a produzir modelos e celebridades para sessões de fotos. Nunca que se imaginara diante das câmaras – e muito menos depois de assumir os seus cabelos brancos.
Tinha 49 anos quando foi abordada na rua por um fotógrafo que a convidou para um anúncio da Dolce & Gabbana. “Foi no mesmo dia em que tinha cortado o que sobrara da tintura que cobria o meu cabelo branco”, contou Cindy à BBC Brasil. Acabou contratada para a agência Ford, que criou inclusivamente uma secção com modelos de faixa etária mais elevada do que a média.
“Os anunciantes estão a contratar-me porque querem vender e a minha geração é a que tem possibilidades de comprar, ” explicou ainda Cindy, que não usa botox e não fez qualquer operação plástica. “É empolgante saber que, numa época em que a juventude é idolatrada, podemos envelhecer e continuar a ser vistas como mulheres bonitas.”
O Brasil também está a adotar a nova moda: só em São Paulo, já são oito as agências especializadas em trabalhar com modelos que deixaram para trás os 60 anos. A seleção obedece outros critérios – não existe um estereótipo. Não é preciso ser muito alto, nem muito magro. Para as agências, o mais importante é que tenham disposição para aguentar o ritmo de trabalho.