É às terças-feiras que o centro da vila de Oleiros se anima e ganha mais vida. Ainda que seja vida já muito vivida. É dia de mercado, a Unidade Móvel de Saúde está presente e, quando o visitamos, está sol. Os emigrantes do verão, que enchiam a praça, já se foram e os mais idosos voltam a tomar conta do espaço que é seu. Até na Praça do Município se consegue ver a grande disparidade: os mais velhos são largamente mais numerosos do que os mais novos. Mas isso não parece ser um problema. Todos se entendem bem, entre “bons-dias!” e “como está a família?”. Ali, todos são filhos da terra.
Oleiros, no distrito de Castelo Branco, na Beira Baixa, é o concelho mais envelhecido do País, com 780 idosos por 100 jovens, em 2021 (revertido para 720 em 2023), segundo o Instituto Nacional de Estatística. Os números não mentem e, apesar de gostar de contrariar a tendência, Miguel Marques, presidente da câmara, “vive bem com esta realidade”. “Nós temos pessoas que vivem até muito tarde, que têm uma vida duradoura – desde pessoas acima dos 90 anos a algumas que vieram a falecer depois de completar um século de vida. Isso é também sinal de que temos dado condições para que possam resistir e viver neste território”, anima-se.