Aí está ele, o querido mês de agosto. O meu, o teu, o nosso e o deles. Se pudéssemos entrar nas cabeças dos veraneantes estendidos ao sol, no areal, mas também na esplanada, no cruzeiro, nas casas de familiares e de amigos, ou no quarto de hotel, ficaríamos surpreendidos com as conjeturas e os estados de alma, muitos deles a ferver e não por causa da canícula: “O problema são os outros”; “Para o ano não me apanham noutra”; “Foi para isto que vim de férias?”
“Isto” é tudo aquilo de que não estavam à espera. Ou estavam, mas convenceram-se de que poderia ser melhor, ou diferente. Outros apercebem-se, pela primeira vez, de que estão na companhia de alguém que julgavam conhecer bem e de forma íntima, mas que se revelou, afinal, um completo desconhecido.