O cantão suíço de Genebra deverá aumentar o salário mínimo para 3.800 euros por mês. A principal razão desta enorme subida prende-se com o aumento da pobreza causada pela pandemia do coronavírus.
No passado domingo, 27, os 500 mil eleitores de Genebra aprovaram o aumento do salário mínimo proposto por sindicatos locais e partidos de esquerda, após a medida ter sido rejeitada por duas vezes em 2011 e 2014. Mas agora, existe um motivo mais forte que conduziu os eleitores a votarem a favor: o agravamento da pobreza provocada pela pandemia da Covid-19.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o salário mínimo deverá aumentar para cerca de 21 euros por hora. Isto significa que o salário mínimo mensal garantido será de 4.086 francos suíços (4.086 euros), com base numa semana de trabalho de 41 horas.
Michel Charrat, presidente do Groupement Transfrontalier Européen, uma organização independente que apoia aqueles que vivem e trabalham na fronteira franco-suíça, diz que o resultado da votação representa uma “marca de solidariedade” para com os mais pobres da cidade.
Genebra é a terceira cidade com maior custo de vida em todo o mundo. Segundo Charrat, citado pelo The Guardian, “a Covid-19 mostrou que uma certa parte da população suíça não pode viver em Genebra”. Além disso, defende que “quatro mil francos suíços é o mínimo para não cair abaixo da linha de pobreza e ficar numa situação muito difícil”. Acrescenta, ainda, que a medida poderá ajudar cerca de 30 mil trabalhadores mal pagos, dos quais dois terços são mulheres.