No momento em que se assinalam 150 anos desde que foi criada, razão para 2019 ter sido decretado Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Quimicos, eis que o avanço tecnlológico nos apresenta um risco inesperado, tudo por causa dos telemóveis.
Sabe-se que os smartphones são compostos por cerca de 30 elementos químicos, o que, avança a equipa de especialistas da Universidade de St Andrews, na Escócia, onde se descobriu a mais antiga tabela periódica do mundo, tem feito aumentar as preocupações com a sua crescente escassez, em alguns casos porque os recursos são limitados, sobretudo os localizados em áreas de conflito. Além disso, a incapacidade de reciclar os equipamentos só agudiza a situação.
Entre os elementos químicos mais utilizados nos smartphones estão o cobre, ouro e prata, na composição; há lítio e cobalto na bateria; e ainda alumínio, silício, oxigénio e potássio no ecrã propriamente dito. As cores brilhantes que aparecem no visor têm também pequenas quantidades de outros elementos mais raros, como o ítrio, o térbio e o disprósio, usados ainda para ajudá-lo a vibrar.
Tudo isto levou David Cole-Hamilton, professor emérito da Universidade de St Andrews, a insistir que tudo isto devia levar as pessoas a questionar-se se precisam mudar de telemóvel a cada dois anos. “Há uma quantidade finita de cada um destes elementos e estamos a gastar alguns tão rapidamente que certamente desaparecerão em menos de 100 anos”, alertou.
Além disso, para mostrar melhor ao mundo do que se trata, projetou uma nova tabela, deixando bem visível qual o grau de escassez de cada um dos os elementos usados nos dispositivos eletrónicos. Apresentada esta terça-feira, 22, no Parlamento Europeu, o novo design da tabela é também parte de projeto da European Chemical Society, representando mais de 160 mil químicos. Afinal, só na União Europeia, as estimativas apontam para 10 milhões de smartphones descartados ou substituídoso todos os meses.