A morte de António Arnaut tem motivado a reaçõe de hmenagem e admiração de todos os quadrantes da vida pública portuguesa.
Marcelo lembra Arnaut como um “lutador pela liberdade e pela democracia” e “criador do SNS”
O Presidente da República lamentou hoje a morte do antigo ministro António Arnaut, lembrando-o como um “cidadão impoluto” que foi um “lutador pela liberdade e pela democracia” e “criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Em declarações aos jornalistas, à saída do quartel dos bombeiros de Vila Nova de Tazem, no concelho de Gouveia, distrito da Guarda, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que António Arnaut foi “proponente de uma reforma do SNS há muito pouco tempo”.
“Eu tive a honra de o condecorar com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e queria, como amigo, recordar com saudade a pessoa e agradecer-lhe tudo o que fez por Portugal”, afirmou o chefe de Estado.
O antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, considerado o “pai” do SNS, fundador do PS, do qual era presidente honorário, morreu hoje, em Coimbra, aos 82 anos.
Durante uma visita a vários pontos do concelho de Gouveia, para se inteirar da situação no terreno na sequência dos incêndios de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu António Arnaut como um “cidadão impoluto”, que “foi e é um exemplo de democrata, de lutador pela liberdade, de socialista empenhado na solidariedade social”.
O Presidente da República destacou a forma como o socialista era “sensível à justiça e à solidariedade”, acrescentando: “Daí ser o criador do SNS que é, porventura, uma das expressões máximas da solidariedade social acolhida na nossa Constituição”.
“Era de uma fidelidade, de uma lealdade, de uma persistência”, elogiou.
António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, Penela, no distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Presidente honorário do PS desde 2016, António Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.
Costa salienta que Arnaut será recordado para a eternidade como “pai” do SNS
O secretário-geral do PS, António Costa, considerou hoje que o fundador do partido António Arnaut será recordado para a “eternidade” como “o pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), resistente à ditadura e militante socialista “honrado”.
Estas posições foram transmitidas por António Costa à agência Lusa, depois de ter decretado luto partidário, com a bandeira socialista e meia haste em todas as sedes deste partido.
O antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde e presidente honorário do PS, morreu hoje em Coimbra, aos 82 anos.
António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, concelho de Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.
“O PS está de luto com o falecimento de António Arnaut, nosso presidente honorário. Fundador do PS, militante dedicado, honrou-nos como deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República e como governante”, referiu António Costa, aqui numa primeira alusão às funções que este destacado advogado de Penela desempenhou como ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional liderado por Mário Soares.
De acordo com António Costa, “para sempre” o nome de António Arnaut “será indissociável da conceção e criação do Serviço Nacional de Saúde, grande conquista do Portugal de Abril”.
“Para a eternidade todos o recordaremos justamente como o pai do SNS. À sua esposa, filhos e netos envio um abraço fraterno”, acrescenta o líder socialista na sua nota.
Rui Rio recorda António Arnaut como “figura incontornável” do pós 25 de Abril
O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou que o partido que lidera reconhece António Arnaut, que morreu hoje em Coimbra, como “uma figura incontornável” do pós 25 de Abril.
Rui Rio destacou a importância de António Arnaut “na democracia, particularmente no pós 25 de Abril, independentemente de ter sido o criador do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.
O SNS, sublinhou, é uma marca do cofundador do PS.
“Todos nós portugueses temos que agradecer [essa marca], mas acima de tudo foi um grande democrata e presidente do Partido Socialista. Por isso, não só à família como ao próprio Partido Socialista queria dar os meus sentimentos e dizer que o PSD reconhece o doutor António Arnaut como uma figura incontornável do pós 25 de Abril”, disse o líder social-democrata, que falava aos jornalistas após uma manhã dedicada à justiça, em Coimbra.
Rui Rio informou ainda que o PSD marcará presença nas cerimónias fúnebres.
PCP destaca empenho e intervenção de Arnaut na “defesa dos valores de Abril”
O PCP destacou hoje o empenho e intervenção do fundador do PS António Arnaut, que morreu hoje aos 82 anos, na “defesa de valores de Abril” na saúde e noutros direitos sociais consagrados na Constituição da República.
Em nota enviada às redações, o PCP expressou as condolências à família de António Arnaut e ao Partido Socialista, lembrando o “posicionamento antifascista” e a “participação em ações unitárias democráticas” do socialista, conhecido como “pai” do Serviço Nacional de Saúde.
O PCP sublinhou ainda a “intervenção institucional” e “o empenho” de António Arnaut “na defesa dos valores de Abril, nomeadamente no que toca à saúde e a outros direitos sociais e democráticos consagrados na Constituição da República Portuguesa”.
Manuel Alegre: A maior homenagem que se pode prestar é salvar o SNS
O ex-candidato presidencial Manuel Alegre considerou hoje que António Arnaut foi o socialista mais genuíno que conheceu, adiantando que a melhor homenagem que lhe pode ser feita é “salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Manuel Alegre, dirigente “histórico” socialista, assumiu estas posições numa mensagem que transmitiu à agência Lusa, depois de tomar conhecimento da morte do presidente honorário do PS e antigo ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, hoje, em Coimbra, aos 82 anos.
“Estou muito abalado, era um dos meus maiores amigos de há muito tempo. António Arnaut é o socialista mais genuíno que conheci”, declarou o antigo conselheiro de Estado.
Na sua mensagem, Manuel Alegre salientou que, enquanto ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, entre 1977 e 1978, o país “deve-lhe o SNS”.
Para Manuel Alegre, António Arnaut foi ao longo da sua vida “um homem completo, integral e sempre coerente nas suas posições”.
“Sempre defendeu o socialismo, o socialismo em liberdade, o socialismo em democracia. Não era apenas uma palavra, era uma forma de vida. Já não há pessoas como o [António] Arnaut”, acrescentou Manuel Alegre.
Bastonário recorda homem sempre preocupado com ideia de salvar SNS
O bastonário da Ordem dos Médicos descreveu hoje António Arnaut como um homem lutador e que manteve sempre a preocupação de salvar o Serviço Nacional de Saúde, considerando que todos os portugueses lhe devem estar gratos.
“É uma grande perda para o país, não só pelo seu papel fundamental no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas por toda a sua atividade política, como grande defensor dos direitos, liberdades e garantias”, afirmou Miguel Guimarães à agência Lusa.
O bastonário dos Médicos considera que a figura de António Arnaut é insubstituível, destacando as suas “posições irreverentes”, tentando sempre “puxar pela carroça com o objetivo de salvar o SNS”.
Miguel Guimarães lembrou a obra recente que Arnaut lançou conjuntamente com João Semedo, um livro intitulado precisamente “Salvar o SNS”.
O bastonário, que recordou que António Arnaut chegou a receber a medalha de mérito da Ordem dos Médicos, considera que todos os portugueses devem compreender a “grande dádiva que é o SNS e devem lutar por ele”.
Ministro lembra “figura de referência” com grande devoção à causa pública
O ministro da Saúde considera que António Arnaut não era apenas o pai do Serviço Nacional de Saúde, descrevendo-o como uma figura de referência em termos de influência cívica e com grande devoção à causa pública.
Em declarações por telefone à agência Lusa, o ministro Adalberto Campos Fernandes lembrou ainda Arnaut como um “republicano, um homem da literatura, um grande poeta e um homem de uma enorme sensibilidade”.
“Não é apenas o pai do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como nos habituámos a reconhecê-lo. Perdemos um cidadão que soube enobrecer a sua devoção à causa pública”, afirmou o ministro, que se encontra na Suíça a participar na 71.ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde.
Para Adalberto Campos Fernandes, o país “perde uma das figuras referenciais em termos de influência cívica, de capacidade de pensar e refletir sobre o futuro”, além de ter um sentido de realização com a política que o ministro classifica como “puro”.
Arnaut era ainda, segundo o ministro, um homem com “profundo sentido de justiça, que viu na realização do SNS um início de caminho para cumprir esse ideal de justiça”.
“O que importa é prosseguir o caminho e, 40 anos depois, tudo fazer para que a ideia fundadora seja todos os dias renovada e possamos ter esta realização que todos consideramos ser a melhor realização da democracia em termos de serviço público”, afirmou Campos Fernandes, deixando uma “palavra de desolação transformada num forte abraço à família e amigos próximos”.
Carlos César evoca “apaixonado” pela causa da saúde pública
O presidente do PS, Carlos César, lembrou a memória de António Arnaut, evocando o socialista como um “apaixonado” pela causa da saúde pública e um “representante do sentido humanista” que a política deve ter.
Arnaut, declarou César, “não era apenas um socialista, era um socialista muito simbólico, representante do sentido humanista com que a política se desenvolve”, um socialista “empenhado, apaixonado naquilo que sempre constituiu a sua grande causa, a causa da saúde pública”.
E concretizou: “Com o desaparecimento de António Arnaut, fundador do PS, nosso presidente honorário, sobretudo nosso presidente afetivo, desaparece uma parte muito significativa da nossa memória do presente”, sendo que existe a “responsabilidade” de seguir uma trajetória “humanista” no PS.
Carlos César endereçou ainda sentimentos à família do presidente honorário dos socialistas.
César falava aos jornalistas na Madalena, à margem das celebrações do dia da Região Autónoma dos Açores, que hoje se assinala na ilha do Pico.
Ferro Rodrigues destaca exemplo ético e causa dos direitos sociais
O presidente da Assembleia da República considerou hoje que o fundador do PS António Arnaut personificava o conceito de “ética republicana”, destacando que foi até ao seu último dia um militante ativo da causa dos direitos sociais.
“É com profunda tristeza que tomo conhecimento do falecimento de António Arnaut, um homem que personificava, como poucos, o conceito de ética republicana”, refere Ferro Rodrigues numa mensagem enviada à agência Lusa.
Para o presidente da Assembleia da República, António Arnaut “foi combatente antifascista, deputado à Assembleia Constituinte e fundador do Partido Socialista”, apontando, ainda que, atualmente, era o presidente honorário do PS.
“Enquanto ministro, ficou associado à criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma das principais conquistas sociais da democracia portuguesa. Era por isso justamente apelidado de pai do SNS. Era assim que os portugueses, reconhecidos, o viam”, sustentou o antigo secretário-geral do PS.
Na sua mensagem, Ferro Rodrigues destacou que António Arnaut foi “até ao último dia um cidadão empenhado e um militante ativo da causa dos direitos sociais, porque sabia bem que sem igualdade de oportunidades a liberdade não tem condições para ser exercida”.
“A sua partida deixa-me já um imenso sentimento de saudade. E quero, em nome da Assembleia da República, transmitir publicamente à sua família e a todo o PS, as minhas mais sentidas condolências”, acrescentou.
com Lusa