Nos últimos dias cerca de 63 pessoas morreram, no hospital Baba Raghav Das, na Índia, que ficou sem botijas de oxigénio após o corte no abastecimento alegadamente por falta de pagamento. Mais de metade das vítimas mortais eram crianças que estavam internadas por encefalite (inflamação do cérebro desencadeada geralmente por um vírus e que pode ser fatal). Tanto o ministro da saúde, como o chefe de governo negam qualquer ligação entre as mortes e a falta de oxigénio, apesar de os relatos de familiares das vítimas apontarem nesse sentido.
Deepankar Sharma, diretor da Pushpa Sales, empresa responsável pelo fornecimento de oxigénio ao hospital, disse, em comunicado, que a culpa não era da empresa. De acordo com o Hindustan Times, a empresa já teria enviado uma carta ao hospital no dia 8 de agosto com um ultimato. “INOX, a empresa que nos fornece oxigénio, disse que não era possível continuar a fornecer oxigénio no futuro, caso falhemos os pagamentos” lia-se na carta.
As autoridades estão a investigar o caso e, segundo anunciou no passado sábado o ministro regional da saúde, Ashutosh Tandon, o diretor do hospital foi suspenso até a investigação estar concluída. Entretanto, esta segunda-feira, a agência Reuters avança que o abastecimento de oxigénio foi retomado.
Yogi Adityanath, chefe de governo do Estado de Uttar Pradesh, descartou a possibilidade de as mortes terem sido provocadas pela falta de oxigénio atribuindo-as à falta de higiene.
Uttar Pradesh é o estado com mais população na Índia, e é governado pelo partido de direita Bharatiya Janata Party (BJP) do primeiro ministro indiano, Narendra Modi.
Os hospitais públicos indianos carecem de cuidados de saúde tendo em conta que os gastos público na saúde representam apenas cerca de 1% do PIB. O governo tem recebido muitas críticas da oposição tendo até sido acusado de ser responsável pelo número de mortes.