PEDRO DIAS, O FUGITIVO
O homicida de Aguiar da Beira transformou-se no homem mais procurado do País depois de assassinar duas pessoas, uma delas militar da GNR. Durante 28 dias, especulou-se sobre se estaria ferido, se andava por casas ou barracões, se sobrevivia a comer tapas em Espanha ou bolotas nos bosques. No último capítulo, foi detido em direto, depois de dizer em entrevista à RTP ter sobrevivido com 60 euros “e umas castanhas e nozes”.
VAMOS CAÇAR POKÉMONS?
O jogo para telemóvel inspirado nos desenhos animados que fizeram furor nos anos 90 pôs pais e filhos, crianças e adultos, com os olhos colados aos ecrãs dos smartphones e a andar quilómetros pelas ruas à caça de monstrinhos. Como as distrações deram origem a acidentes um pouco por todo o mundo, até a PSP aproveitou a febre para lançar um manual sobre como caçar os bonecos em segurança.
MENTIRA OLÍMPICA
Ryan Lochte e outros nadadores americanos foram a uma festa no Rio de Janeiro. Quando regressaram à aldeia olímpica, disseram ter sido assaltados e ameaçados com uma arma. Mas afinal, disse mais tarde o chefe da Polícia Civil, a “única verdade que contaram é que estavam bêbados”. Só quereriam encobrir que tinham vandalizado uma bomba de gasolina. A mentira custou a Lochte dez meses de suspensão desportiva, 100 mil dólares de bónus e vários patrocínios.

© USA Today Sports / Reuters
A ENTREVISTA A “EL CHAPO”
Parece coisa de filme: Sean Penn num encontro secreto na selva mexicana com o narcotraficante mais procurado em todo o mundo.
Um dia depois do anúncio da captura de El Chapo, a Rolling Stone publicava o resultado desse e de outros encontros: uma longa entrevista ao traficante de droga a mostrar que o ator tinha chegado, muito antes das autoridades, ao homem que conseguiu fugir de uma prisão de segurança máxima por um túnel de 1,5 quilómetros.
JESUS CRISTO SUPERSTAR
Há anos que o Bloco de Esquerda lutava para que casais do mesmo sexo pudessem adotar crianças.
Até que no dia em que a lei foi aprovada no Parlamento o partido resolveu assinalar o momento com a divulgação de um cartaz nas redes sociais. O problema é que ninguém morreu de amores pela imagem de Jesus Cristo com a frase “Jesus também tinha dois pais”. E houve até quem considerasse a iniciativa “ofensiva” e “blasfema”.

A JUÍZA QUE FAZ JUÍZOS
Joana Ferrer motivou um coro de críticas quando, durante o julgamento em que Manuel Maria Carrilho responde por violência doméstica, tratou Carrilho sempre por “professor” e fez comentários como este: “Causa-me alguma impressão a atitude de algumas mulheres, algumas das quais acabam mortas (…) Pois eu censuro-a! (disse a Bárbara Guimarães).” A Relação de Lisboa decidiu não afastar a juíza do caso mas frisou que a magistrada se pôs “a jeito” e se excedeu na linguagem.

Bruno Rascão
AS BOFETADAS
Numa bela manhã de primavera, João Soares não gostou do texto que Augusto M. Seabra assinou no Público e escreveu um post no Facebook a oferecer umas chapadas: “Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente”, para umas “salutares bofetadas”. Foi o suficiente para António Costa fazer uma declaração pública a indicar a Soares a porta de saída do Governo. O então ministro da Cultura fez-lhe a vontade. Foi a primeira baixa do Governo.
O BURKINI
O fato de banho que cobre todo o corpo à exceção do rosto aqueceu debates este ano, com três mulheres a serem multadas por usarem o burkini nas praias de Cannes e uma delas a ser obrigada pela polícia a despir-se em plena zona balnear. O tema dividiu os políticos em França, onde várias localidades proibiram o uso por “perturbar a ordem pública” e onde o conselho de Estado francês anulou pelo menos uma destas proibições.

© Stringer . / Reuters
AS MANIFS AMARELAS
Milhares de pessoas vestidas com t-shirts amarelas andaram pelo País com o mesmo objetivo: lutar contra os cortes nos colégios privados com contratos de associação. Professores, pais, funcionários, adultos e menores uniram-se em “defesa da escola” com cartazes, apitos, frigideiras e tambores depois de o Governo de Costa ter decidido que 39 colégios perderiam financiamento do Estado para abrir novas turmas.

Marcos Borga
O ÚLTIMO SUSPIRO DE CAVACO
Houve quem dissesse que Cavaco tinha terminado o seu mandato como Presidente da República a ser Cavaco. E houve quem, como Isabel Moreira, lhe chamasse “amuo” ou “azia”. Um dia depois das eleições presidenciais, o chefe de Estado vetou o diploma que permitia a adoção por casais do mesmo sexo e devolveu à Assembleia da República as alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez.

Alberto Frias
O TRAIDOR DA PÁTRIA
Todos os portugueses apoiaram a candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU. Perdão, todos menos um. Nos bastidores, Mário David, antigo eurodeputado do PSD e ex-secretário de Estado de Santana Lopes, ajudou a preparar a candidatura da principal adversária de Guterres na corrida: a búlgara Kristalina Georgieva. Pelo meio, disse que o fazia por ser amigo de Georgieva e por não aceitar “lições de patriotismo de ninguém”.
OS EMAILS E O AMIGO
São 15 minutos de fama que o ministro da Educação certamente dispensaria. A história das falsas licenciaturas de Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, fez com que todas as dúvidas caíssem sobre Brandão Rodrigues. Afinal sabia ou não que o despacho de nomeação de Félix tinha dados falsos? Afinal impediu ou não que o amigo fosse exonerado? A história teve direito a retaliações, bate-bocas e emails escarrapachados nos jornais.

VIAGENS À BORLA
O país andava a banhos quando os portugueses ficaram a saber que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tinha assistido a dois jogos da seleção portuguesa em França, com viagem de avião e bilhetes pagos pela Galp. Outros dois secretários de Estado tinham recebido a mesma oferta, mas no fim do escândalo todos se aguentaram. Acabou tudo com António Costa a proibir que os membros do executivo aceitassem presentes acima dos 150 euros.
PENSÕES VITALÍCIAS
Foi o fim do pacto de silêncio. Pela primeira vez, a Caixa Geral de Aposentações divulgou a lista de ex-políticos com direito a pensões douradas ou a subvenções vitalícias. Os “prémios” chegam a mais de três centenas. Carlos Melancia, ex-governador de Macau, tem uma das pensões mais milionárias. Armando Vara, Duarte Lima e José Sócrates recebem cada um mais de 2 mil euros. Marques Mendes pediu para suspender o pagamento.
A NOVELA DA CAIXA
Sai ou fica? Mostra a declaração de rendimentos ou não mostra? A história da equipa da CGD liderada por António Domingues foi um folhetim. Tudo porque o Governo criou um regime de exceção para poder pagar salários mais altos na Caixa. Exceção esta que traria atrelada a possibilidade de dispensa de entrega de declarações de património. Depois de um braço de ferro de dias e dias, ninguém viu o património de Domingues, só a sua demissão.
por Sílvia Caneco*
*Com Márcia Galrão
