Ele é João Gil, um dos músicos e compositores mais conhecidos de Portugal. Ela é Ana Mesquita, uma artista plástica. Juntos fazem o “Casados de Fresco”, um projeto que “nasceu do convívio diário entre ambos que, por acaso, é de marido e mulher”.
Em casa de artistas, Ana Mesquita aproveita a música do marido para ir desenhando. Um dia descobriu que no tempo de uma canção, consegue fazer um desenho com uma história, e daí surgiu a ideia de se juntarem em palco.
Numa altura em que é necessário ser-se inovador e criar formas de arte diferentes, juntar a música de João com a pintura de Ana, não foi difícil. O compositor afirma que a “música e a pintura sempre andaram de mãos dadas ao longo dos séculos” e que são “duas linguagens que se amam eternamente, duas artes que se atravessam”.
Enquanto João Gil vai interpretando os grandes temas de alguns dos grupos dos quais fez parte – Trovante, Ala dos Namorados, Rio Grande, Filarmónica Gil, Baile Popular, entre outros – Ana Mesquita utiliza o seu tablet para desenhar uma história para acompanhar as canções, que é mostrada em tempo real aos espetadores através de um video wall gigante.
Mas não pense que é fácil coordenar os desenhos de Ana com as músicas de João. Nos aproximadamente dois minutos e meio que Ana tem para contar uma história através de um desenho, o timing tem que ser perfeito e não há margem para erros. “Hoje em dia, as pessoas começam a perceber finalmente que um tablet pode ser um instrumento de arte mas ainda há muita estranheza e preconceito em relação a isso. Às vezes as pessoas pensam que aquilo é uma Bimby e agente atira para lá uns dados e saem uns desenhos.”, diz-nos Ana Mesquita. O casal tem que estar organizado entre si para que tudo corra bem, ela tem que estar concentrada para não errar e ele não pode estar com pressa para acabar a música.
Apesar de ter sido o seu casamento que os levou a juntarem-se em palco, João Gil admite que, mesmo que não vivessem juntos, “gostaria de fazer esse casamento com a artista Ana Mesquita”.
Durante o “musical-arte” pode esperar ouvir os temas mais conhecidos dos 40 anos de carreira de João Gil. Canções como “Loucos de Lisboa”, “125 Azul”, “Postal dos Correios”, “Esplanada” ou “Rosa Albardeira” ganham agora vida através da voz de quem as compôs e dos desenhos de Ana Mesquita. Um espectáculo cheio de surpresas que promete ser inovador e intimista, e que sobretudo o fará feliz.
A assistir dia 28 de maio, às 22 horas, no Teatro da Trindade.