D. Manuel Clemente, nomeado no sábado patriarca de Lisboa, defendeu hoje que os casos de abusos sexuais envolvendo a Igreja devem ser alvo dos procedimentos previstos na “ordem civil” e que os processos “devem andar para a frente”.
“São casos que, se aparecerem, devem ser verificados e acompanhados. Para isso, estão previstos uma série de procedimentos quer dentro da igreja quer na ordem civil. E nós, como cidadãos e como pessoas da igreja temos de respeitar o que está previsto e andar com esses casos para a frente”, sublinhou o ainda bispo do Porto.
Manuel Clemente, que falava em declarações aos jornalistas no fim da missa a que presidiu na Sé Catedral do Porto, recusou pronunciar-se sobre “casos concretos” e disse falar em “termos genéricos, mas envolvidos e comprometidos”.
Recorde-se que a VISÃO revelou, na sua edição 1043, de 21 de fevereiro, o caso do bispo D. Carlos Azevedo, acusado de assédio sexual.
O novo líder da Igreja Católica portuguesa pediu aos políticos “solidariedade, pedagogia” e “muita clareza” com a sociedade, sob pena de todos ficarem “tão atordoados que desistem de perceber”.
“O que me preocupa mais é o desfasamento entre a capacidade de resistência das pessoas e a falta de uma ligação entre as propostas que se fazem nacional e internacionalmente. Era bom que fossem, ao mesmo tempo, solidários e pedagógicos”, afirmou Manuel Clemente, em declarações aos jornalistas no fim da missa a que presidiu, na Sé Catedral do Porto.
Para o ainda bispo do Porto, apesar da crise, “as pessoas mantêm uma grande responsabilidade para construir um futuro e os poderes devem responder com solidariedade, pedagogia e muita clareza”, porque as mensagens são por vezes tão contraditórias que “ficamos todos atordoados e desistimos de perceber”.