O Chega entregou esta terça-feira no Parlamento uma moção de censura ao Governo por considerar que recaem sobre o primeiro-ministro “suspeitas gravíssimas de incompatibilidade” no exercício de funções públicas. Para o partido liderado por André Ventura, está em causa um “cenário de total e generalizada descredibilização do Governo e do primeiro-ministro”, pelo que defende a demissão do executivo minoritário PSD/CDS-PP.
“Se até aqui os problemas surgiam pela mão de governantes diversos, desta vez é o próprio primeiro-ministro quem mancha a reputação e a imagem do País, tanto interna, como externamente”, escreve o partido no texto da moção de censura, intitulada “Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave”.
Em causa está uma empresa de imobiliário, que Montenegro criou em 2021, atualmente gerida pela mulher e pelos filhos, e que pode, alegadamente, beneficiar da recente revisão da lei dos solos.
A reação do Governo chegou pela voz do ministro dos Assuntos Parlamentares, que classificou a moção de censura como “anedótica”. “O partido Chega, acossado com os seus problemas internos, para tentar desviar as atenções, apresenta uma moção de censura anedótica”, acusou, durante a sua intervenção no International Club of Portugal subordinada ao tema “Desafios políticos para 2025”.
A moção de censura tem chumbo garantido, mas obriga o Governo a dar explicações no Parlamento, o que pode acontecer já na próxima sexta-feira.