O ex-juiz Rui Fonseca e Castro é o novo líder do partido de extrema-direita Ergue-te (ex-PNR).
O anúncio foi feito, na rede social X (antigo Twitter), por José Pinto Coelho, que ocupava aquele cargo há 25 anos. “Encontrei sucessor a quem pudesse passar testemunho e, criadas as condições, estamos muito mais reforçados. Estarei sempre na linha da frente e sou Presidente Honorário vitalício. O novo Presidente, Rui da Fonseca e Castro, tem o meu total apoio”, lê-se na publicação.
Rui Fonseca e Castro, 50 anos, já tinha sido o candidato do Ergue-te nas eleições europeias de junho passado. O ex-juiz tornou-se uma figura popular junto dos movimentos negacionistas da Covid-19, a partir de outubro de 2020, por contestar as versões oficiais sobre a pandemia e a sua gestão pelo Governo português, o que lhe valeu a alcunha de “juiz negacionista”. Suspenso pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) na sequência das suas declarações, seria expulso da magistratura no final do processo.
O também advogado – inscrito em Portugal e no Brasil – está ainda acusado pelo Ministério Público (MP) por crimes de ofensa contra a honra de Ferro Rodrigues e de calúnia por difamação do ex-diretor da PSP, Magina da Silva. Rui Fonseca e Castro vai ainda a tribunal pela discussão com agentes da PSP, ocorrida à entrada do CSM, que ocorreu antes de ser ouvido em audiência por aquele órgão, no âmbito do processo que levaria à confirmação da sua demissão. É ainda acusado por ofensas à PSP e à ASAE.
Rui Fonseca e Castro vive, hoje, em Ponte de Lima (Viana do Castelo), e lidera a associação Habeas Corpus, seguida por todo o tipo de extremistas, incluindo mercenários, neonazis e cadastrados, alguns com treino paramilitar, formação em artes marciais e acesso a armas ilegais, como contou a VISÃO, num artigo de investigação, publicado em fevereiro de 2023, da autoria do jornalista Miguel Carvalho.
O ex-juiz continua a dedicar-se a promover conteúdos ultranacionalistas e ultraconservadores, atacando frequentemente judeus, homossexuais e imigrantes. A Habeas Corpus tem promovido ações de boicote a várias iniciativas de caráter cultural, alegando estar a lutar contra o que considera ser “a promoção da homossexualidade” na sociedade portuguesa.