Miguel Pinto Luz, que foi escolhido por Luís Montenegro para ser o cabeça-de-lista da Aliança Democrática (AD) pelo círculo de Faro, nas legislativas de 10 de março, era crítico, em 2009, do que chamava serem candidatos “paraquedistas”.
O agora vice-presidente do PSD escreveu, no então Twitter (hoje, X), em novembro de 2009, que um candidato “vai de paraquedas para o algarve para ser deputado e agora faz uma tentativa de regresso a lisboa. Descrédito total”. O cabeça-de-lista do PS por Faro nessas legislativas foi João Soares. As eleições tinham-se realizado dois meses antes, com a vitória de José Sócrates.
Miguel Pinto Luz é também vice-presidente da Câmara de Cascais (Lisboa), e o anúncio do seu nome para o círculo de Faro tem sido muito contestado. Numa carta, citada pelo jornal Sul Informação, as 16 concelhias do PSD do Algarve assumiram “surpresa” e “deceção” com o nome de Miguel Pinto Luz, considerando “inaceitável escolher um candidato sem residência ou ligação efetiva à região”.
“Esta escolha tem gerado um grande descontentamento entre os militantes do PSD no Algarve, manifestado através de inúmeras reclamações e até ameaças de desfiliação do partido”, lê-se ainda na missiva. As concelhias do PSD algarvias tinham aprovado o nome de Cristóvão Norte (n.º 2 da lista) para encabeçar a candidatura neste círculo eleitoral.
O antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, no governo de Pedro Passos Coelho, reagiu, em declarações à CNN Portugal, destacando ter ligações familiares ao Algarve, pela via de um avô paterno, e também a nível profissional, por lidar com questões de turismo.