A chefe de gabinete de João Galamba garantiu, esta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito, que foi o próprio Frederico Pinheiro a apagar o arquivo de Whatsapp no seu telemóvel e não um técnico de informática, como tinha declarado o ex-adjunto do ministério das Infraestruturas. “Não foi ninguém a não ser Frederico Pinheiro a mexer no telefone e acabou por apagar tudo”, garantiu Eugénia Correia, dizendo que o técnico de informática apenas prestou apoio para a instalação de um software.
Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba no ministério das Infraestruturas, declarou pela primeira vez, esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, ter sido ter sido alvo de uma campanha difamatória e ter sido “ameaçado pelo SIS”, detalhando a forma como entregou o computador ao agente durante a noite, tal como a VISÃO contou em primeira-mão.
O antigo adjunto de João Galamba referiu ter sido alvo de “coação e abuso de poder”, afirmando que, ainda hoje, ainda possuiu o telemóvel de serviço, que também pode conter documentos confidenciais. “O objetivo era recuperação do computador pessoal, onde tinha as notas das reuniões”, declarou Frederico Pinheiro, numa primeira intervenção na Comissão de Inquérito à TAP.
A chefe de gabinete de João Galamba disse que recebeu um telefonema do SIS depois de ter reportado ao SIRP que tinha sido levado um computador com informação classificada por um adjunto previamente exonerado
“No exercício das minhas funções e cumprindo as orientações que recebi, pedi uma chamada para o SIRP [Sistema de Informações da República Portuguesa]. […] Depois de ter pedido uma chamada para o SIRP, sim, recebi uma chamada do SIS [Serviço de Informações de Segurança]”, afirmou a chefe de gabinete do ministro das infraestruturas, Eugénia Correia, na audição na comissão de inquérito, que começou três horas depois da hora prevista e a seguir à audição do ex-adjunto Frederico Pinheiro.
Eugénia Correia respondia a questões do deputado Bernardo Blanco, da IL, acrescentando ter reportado ao SIRP “que tinha sido levado do Ministério das Infraestruturas um computador onde estavam incluídos documentos classificados, bem como todos os documentos relevantes referentes à TAP dos últimos anos e que tinha sido levado o computador por um adjunto previamente exonerado”.