O problema tem barbas e a ideia (esta ideia) para o resolver também não é nova, mas agora é que chegou o dia: amanhã, dia 25, começa a funcionar o primeiro pombal contracetivo de Lisboa.
Há anos que se fala dos transtornos que os pombos trazem à capital, que a espécie provoca o entupimento de caleiras, aumenta a sujidade das ruas, que promove o transporte de doenças. Há anos, também, que se ensaiam formas de combater a sua reprodução e minimizar os danos que causam ao património e aos munícipes.
Depois das campanhas de sensibilização para que não se alimentassem os pombos (prática que é, aliás, proibida por lei e sujeita a coima) ou da distribuição de milho contracetivo, vai agora experimentar-se uma nova fórmula. Chama-se Pombal Contracetivo e nasceu (porque foi um dos 15 projetos vencedores) do Orçamento Participativo 2015-2016. O partido das Pessoas, Animais e Natureza (PAN) não só concorda com a ideia como apresentou uma proposta semelhante na Assembleia Municipal, em 2015. Na altura, o deputado municipal Miguel Santos, eleito pelo PAN, dizia ao Público que esta seria uma forma de acabar com as “matanças cíclicas” de pombos, que “têm uma morte muito sofrida, que não se justifica.”
Pombal contracetivo? Como é isso?
Com este pombal, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) pretende “promover o conforto, segurança e condições que permitam atrair os pombos a nidificar, através da oferta de alimento, água e sombra”, pode ler-se no seu site. Apesar de se procurar diminuir o universo de pombos na cidade, o objetivo não é prende-los nem matá-los. Pelo contrário, a ideia é deixar os pombos em liberdade, mas oferecendo-lhe um espaço onde sintam conforto e para onde possam voltar “sempre que queiram para se alimentarem e chocarem os ovos.”
Os ovos, esses, serão depois retirados dos ninhos – “2 a 3 dias após a postura, antes de haver a formação do embrião (pombo) e prevenindo assim mais nascimentos”. Este trabalho, refere o site da CML, será feito com recurso a voluntários.
O método representa “vantagens a nível de custos, de enquadramento paisagístico e de higiene.” Assim, o primeiro pombal começa a funcionar amanhã, no Parque Silva Porto (Mata de Benfica), mas a ideia é abrir mais sete (em Alcântara, Alvalade, Arroios, Carnide, Lumiar, Olivais e Penha de França), até o final do ano.