Fabricados nos Estados Unidos pela empresa Lockheed Martin, os mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System, no original) foram desenvolvidos durante a Guerra Fria com o objetivo de serem usados contra os soviéticos. Estes mísseis balísticos, que podem transportar as polémicas bombas de fragmentação, têm a capacidade de atingir alvos que se encontrem a 300 quilómetros de distância, e de voar a uma altura superior a outros mísseis, o que lhes permite passar despercebidos pelos sistemas de defesa antiaérea.
Sendo mísseis com um longo alcance, estas armas podem ser utilizadas para destruir arsenais e locais estratégicos do exército russo, aliviando a pressão sobre os militares ucranianos na linha da frente do conflito. De acordo com o Ministério da Defesa russo, Kiev já terá utilizado estas armas militares para destruir arsenal militar russo, na região de Karachev, em Bryansk. A organização afirmou esta terça-feira ter abatido cinco mísseis e ter danificado um sexto dispositivo, o que ainda não foi confirmado pelo Estado Maior Ucraniano. No entanto, e apesar de serem conhecidos como mísseis de “longo alcance” e de permitirem agora às forças ucranianas atacar regiões que anteriormente não conseguiriam, estes mísseis tem uma trajetória menor que os mísseis de cruzeiro ou que um míssil balístico intercontinental.
A autorização norte-americana surge na sequência de um acordo, realizado em maio deste ano, sobre a utilização de armas fabricadas nos EUA para atacar o lado russo da fronteira, mas que não incluía os mísseis ATACMS. Kiev já tinha solicitado uma mudança a este acordo para incluir estes mísseis balísticos, mas a administração de Joe Biden mostrou-se relutante em tomar uma decisão até ao passado domingo, temendo o escalar do conflito.