Em apenas oito semanas, o homem que, no seu discurso de tomada de posse, a 20 de janeiro, disse que iria presidir a uma “era de ouro na América” levou à letra essa sua promessa, no interior da Casa Branca. Todos os novos 20 quadros, representando anteriores presidentes dos EUA, que Donald Trump mandou colocar na Sala Oval têm molduras douradas. Exatamente, a mesma cor das novas estatuetas, pratos, bases de candeeiros e cercaduras de espelhos que passaram a ornamentar o seu gabinete de trabalho, onde recebe as visitas dos governantes e chefes de Estado estrangeiros. Além disso, sob as suas ordens diretas, foram também adicionados elementos dourados à lareira, aos arcos das portas, às paredes e a outras áreas da sala, ao estilo do que se vê na sua Trump Tower, de Manhattan, ou na opulenta mansão de Mar-a-Largo, na Flórida.

Conhecendo o seu passado, este impulso decorativo num homem que fez fortuna como promotor imobiliário – além de algumas falências problemáticas – não pode ser considerado surpreendente. Até porque, de uma forma ou de outra, todos os seus antecessores tentaram deixar a sua marca na decoração do edifício fronteiro à Avenida da Pensilvânia, na capital dos EUA. A diferença é que, desta vez, Trump está a ser extremamente rápido na transformação do edifício e, acima de tudo, na imagem que pretende projetar do seu estilo de poder: uma opulência dourada, mais ao estilo de um monarca absolutista do que de um Presidente republicano. E, segundo se vai sabendo, tem também planos para profundas transformações na mansão, incluindo a construção de um salão de baile para acolher jantares de Estado, ao estilo do que possui em Mar-a-Lago, que, por sua vez, foi inspirado no Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, antiga morada da corte francesa.