Vestida de vermelho, branco e azul – as cores da bandeira americana – e acompanhada pela legenda “Taylor Swift quer que votes em Donald Trump”, a cantora pop protagonizou uma série de imagens criadas por Inteligência Artificial, em que alegadamente manifestava o seu apoio à campanha do republicano para um regresso à Casa Branca. As imagens falsas circularam pelas redes sociais no passado fim de semana, depois de o ex-presidente dos Estados Unidos ter partilhado uma montagem de imagens e fotografias através da sua conta pessoal na rede social Truth Social, com as palavras “Eu aceito”, reconhecendo o suposto apoio da cantora norte-americana.
Da montagem constam ainda fotografias de mulheres jovens vestidas com T-shirts onde se pode ler o slogan “Swifties for Trump” (Swifties é o termo pelo qual são conhecidos os fãs da cantora pop) bem como recortes de um artigo intitulado “Swifties Turning to Trump After ISIS Foiled Taylor Swift Concert” – em tradução livre, “Swifties viram-se para Trump após ataque de Estado Islâmico ter obrigado a cancelar o concerto de Taylor Swift”, numa referência à tentativa de ataque recente aos concertos da artista em Viena, na Áustria.
Pelas redes sociais, vários fãs da artista criticam a publicação de Trump, referindo que a maioria das imagens não passam de “deepfakes”, ou seja, imagens geradas através da utilização de Inteligência Artificial. Já segundo o The Washington Post, apesar de a maioria das imagens ser, de facto, produto de IA, a segunda fotografia é verdadeira e foi tirada num comício republicano.
Apesar de ainda não ter demonstrado publicamente o seu apoio a nenhum dos candidatos à liderança dos Estados Unidos – de onde é natural – a cantora fez notar, no passado, não estar ao lado do republicano. Nas últimas eleições, em 2020, a artista – que atuou em Portugal em maio deste ano – declarou o seu apoio aos democratas Joe Biden e a Kamala Harris, tendo sido muito crítica das políticas de Donald Trump.
“O desmantelamento calculado de Trump da USPS prova claramente uma coisa: Ele está BEM CIENTE de que não o queremos como nosso presidente. Optou por fazer batota descaradamente e pôr em risco a vida de milhões de americanos num esforço para se manter no poder. A liderança ineficaz de Donald Trump agravou gravemente a crise em que nos encontramos e ele está agora a aproveitar-se dela para subverter e destruir o nosso direito de votar e de votar em segurança”, afirmou a cantora numa série de publicações na rede social X sobre as eleições de 2020.
“Swifties for Trump é um movimento massivo que cresce a cada dia que passa”, referiu Steven Cheung, porta-voz da campanha do republicano, quando questionado sobre a partilha das imagens falsas.
Numa altura em que os Democratas estão reunidos na Convenção do partido, em Chicago, e se preparam para confirmar a candidatura de Kamala Harris à Casa Branca, a campanha de Donald Trump continua a tentar mitigar o impacto que a desistência de Joe Biden provocou na sua estratégia. O recurso à desinformação já se tornou uma imagem de marca dos Republicanos liderados por Trump, que possivelmente deverá acentuar-se à medida que se aproximam as eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro. Até lá, Donald Trump deverá enfrentar Kamala Harris em debates presidenciais, estando o primeiro agendado para dia 10 de setembro. A campanha republicana também já referiu que Kamala se terá recusado a participar num debate sugerido pelo candidato Trump a ocorrer na Fox News, mas a campanha democrata garante que qualquer aceitação da atual vice-presidente para participar em debates só depende da confirmação de Donald Trump de que estará presente no debate de dia 10de setembro.
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