Na noite passada, 28 pessoas morreram em três ataques aéreos israelitas contra campos de refugiados urbanos, no exterior de um hospital no centro de Gaza.
Três palestinianos foram mortos hoje num ataque de ‘drones’ (aparelhos não tripulados) a dois veículos nas imediações do campo de refugiados de Jenin, um reduto das milícias palestinianas no norte da Cisjordânia ocupada, que está a viver o seu pior surto de violência em duas décadas.
Tanto o Ministério da Saúde palestiniano como o Crescente Vermelho palestiniano confirmaram as três mortes e informaram que um ferido em estado grave foi transferido para o hospital público de Jenin.
“Um aparelho aéreo israelita atacou agentes terroristas na zona de Jenin”, declarou um comunicado do exército israelita.
Há dois anos que o campo de refugiados de Jenin é a sede da Brigada de Jenin, que reúne milícias de todas as fações políticas e centraliza grande parte do movimento das milícias e dos ataques contra alvos israelitas no norte da Cisjordânia.
A Cisjordânia ocupada está a viver a maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-05) e, até agora, em 2024, pelo menos 114 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria milicianos ou atacantes, mas também civis, incluindo uma vintena de menores, segundo a contagem da agência espanhola EFE, depois de 2023 ter sido o ano mais mortífero em duas décadas, com mais de 520 mortos.
Do lado israelita, nove civis foram mortos já este ano em ataques palestinianos, além de um soldado e uma mulher soldado em Jenin, em janeiro, numa detonação de explosivos.
O exército israelita intensificou as suas incursões, agora frequentes, na Cisjordânia ocupada na sequência do ataque do Hamas de 07 de outubro e, desde então, cerca de 438 palestinianos foram mortos em incidentes violentos com Israel, envolvendo principalmente tropas, mas também colonos.
Na Faixa de Gaza, pelo menos 31.819 palestinianos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo movimento islamita Hamas, no poder no enclave desde 2007.
Segundo as autoridades locais, mulheres e crianças representam dois terços dos mortos.
As Nações Unidas alertaram para o facto de “a fome ser iminente” no norte de Gaza.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
JH // SCA