Isto será feito, apesar de as Forças Armadas norte-americanas continuarem com saldo negativo e necessitarem de pelo menos 10 mil milhões de dólares (cerca de nove mil milhões de euros) para repor todas as armas que retiraram dos seus arsenais para ajudar Kiev a combater a agressão da Rússia, acrescentaram as mesmas fontes, citadas pela agência Associated Press (AP).
Trata-se do primeiro pacote de segurança para a Ucrânia anunciado pelo Pentágono desde dezembro de 2023, altura em que admitiu não dispor de fundos para continuar a fornecer armamento ao país.
Só nos últimos dias é que responsáveis da Defesa reconheceram publicamente que não estavam apenas sem fundos para reposição de armamento, mas com um saldo negativo de 10 mil milhões de dólares (9,1 mil milhões de euros).
Os fundos de reposição permitiram ao Pentágono retirar munições existentes, sistemas de defesa aérea e outras armas dos seus inventários de reserva, ao abrigo do Poder Presidencial de Retirada, para enviar para a Ucrânia e, em seguida, adjudicar contratos para substituir esses equipamentos militares.
Um dos altos responsáveis da Defesa que informaram os jornalistas indicou que o pacote representava “uma oportunidade única” — a menos que o Congresso aprove a lei de despesa adicional ali retida, que inclui cerca de 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em ajuda militar à Ucrânia, ou sejam encontradas mais poupanças de custos.
Espera-se que contenha mísseis antiaéreos, projéteis de artilharia e sistemas de blindagem, precisou.
O anúncio da ajuda surge no momento em que os líderes polacos se encontram em Washington para pressionar os Estados Unidos a ultrapassarem o impasse sobre a continuação da ajuda militar à Ucrânia num momento crítico da guerra.
O Presidente polaco, Andrzej Duda, reuniu-se hoje com os líderes Democratas e Republicanos da Câmara dos Representantes e do Senado e deverá encontrar-se com o Presidente, Joe Biden, ao final do dia.
A situação da Ucrânia agravou-se nos últimos meses, com unidades na linha da frente a racionarem munições enquanto enfrentam uma força russa muito mais bem equipada.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu repetidamente ao Congresso que o ajudasse, mas os líderes Republicanos da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) não se mostraram dispostos a levar a ajuda à Ucrânia a votação, afirmando que qualquer ajuda deve, em primeiro lugar, suprir as necessidades de segurança das fronteiras norte-americanas.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
ANC // JH