“Ainda há várias centenas de cidadãos da UE em Gaza à espera de sair e já conseguimos retirar muitas centenas de cidadãos da UE, mas os números exatos são da responsabilidade e competência dos Estados-membros”, declarou o porta-voz da Comissão Europeia para os Assuntos Externos e a Política de Segurança, Peter Stano.
Falando na conferência de imprensa diária da instituição europeia, em Bruxelas, depois de ter sido anunciado que três portugueses morreram em bombardeamentos na Faixa de Gaza e que, entretanto, foi autorizada a saída da região de 10 pessoas sinalizadas por Portugal, Peter Stano reforçou que cabe a cada país da UE “comunicar e cuidar” dos seus cidadãos.
Numa altura em que o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, realiza uma visita ao Médio Oriente para discutir o acesso à ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados (Israel e Palestina), o porta-voz indicou que a ocasião também servirá para “abordar a necessidade de cuidar dos cidadãos da UE”.
Três portugueses morreram num bombardeamento no sul da Faixa de Gaza, enclave onde decorre uma guerra entre as forças israelitas e o movimento islamita palestiniano Hamas desde o início de outubro, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros esta madrugada.
Estes três portugueses – uma mulher e duas crianças -, assim como dois palestinianos, seus familiares, que morreram no mesmo bombardeamento, aguardavam a retirada por indicação de Portugal, referiu a diplomacia portuguesa em comunicado, lamentando as mortes.
A tutela revelou ainda na nota que as autoridades egípcias, em articulação com as autoridades israelitas, autorizaram a saída de Gaza para 10 cidadãos sinalizados por Portugal para a retirada daquele território, dois dos quais luso-palestinianos.
“A saída deverá decorrer, sob coordenação das autoridades locais, através da passagem de Rafah, nas próximas horas, a qual estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito”, destacou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar estender-se a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.320 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
ANE (DMC/IEL) // JH