De acordo com um relatório divulgado pelo jornal britânico The Times, Kenneth Law, chef de cozinha canadiano, enviava, há pelo menos dois anos, a partir de Toronto, um veneno mortal a jovens que pretendiam suicidar-se, tendo sido relacionado a pelo menos 4 suicídios de jovens britânicos.
Tom Parfett suicidou-se aos 22 anos, após comprar a substância da empresa de Law; Neha Raju, de 23, morreu depois de, ao longo dos últimos 18 meses, comprar produtos ao mesmo homem; o mesmo aconteceu com Michael Dunham, de 38 anos, e a outro jovem de 21.
Nos EUA, foi revelado que Anthony Jones, de 17 anos, terá ingerido uma substância vendida pelo mesmo homem tendo, logo depois, pedido ajuda à sua mãe, gritando que queria viver. Acabou por morrer. “Ele está conscientemente a fornecer uma substância para as pessoas tirarem a própria vida e a obter algum tipo de prazer perverso ao saber que estão a fazer isso”, refere, citado pelo Daily Mail, David Parfett, pai de Tom.
De acordo com o The Times, o homem terá dado instruções sobre a substância a um jornalista que fingiu passar-se por um cliente que pretendia suicidar-se, tendo referido que vários compradores afirmavam que Law estava a fazer “o trabalho de Deus”.
“Se o dia chegar por qualquer motivo – pode ser por uma guerra na Europa ou o que quer que seja – pelo menos terás uma coisa imediatamente disponível”, disse ao jornalista, insistindo para que comprasse o produto.
Law, que foi engenheiro aeroespacial, terá dito ainda ao jornalista disfarçado que iniciou este “negócio” depois de assistir ao sofrimento da sua mãe, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). “‘Não somos avançados o suficiente como civilização para aceitarmos a morte de forma aberta”, garantiu o homem, que trabalhava como cozinheiro num hotel deToronto.
O homem, acusado de enviar o veneno letal para pessoas vulneráveis em todo o mundo, referiu ainda que iria continuar a fazê-lo até esgotar o stock e afirmou que “muitas, muitas, muitas” pessoas terão morrido após ingerirem o veneno.
Ao The Guardian, um porta-voz da polícia de Ontário, Canadá, informou que foi aberta uma investigação a Kenneth Law. Entretanto, os sites onde vendia os produtos foram eliminados. “Eles é que estão a cometer suicídio. Eu não estou a fazer nada, apenas a vender um produto. Não estou a ajudar”, garantiu Law, quando questionado sobre a sua responsabilidade relativamente às mortes.
No Reino Unido, a substância é legal, sendo vendida para outros propósitos. Contudo, os seus comerciantes devem alertar as autoridades caso haja suspeita de que foi adquirida para provocar danos. No Canadá, auxiliar alguém a suicidar-se é punível com até 14 anos de prisão.