Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), a partir de Moscovo, na segunda-feira, ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comuniaçao Social (Minttics), Mario Oliveira, assinalou que a equipa técnica angolana tem estado a trabalhar de forma próxima com técnicos russos, estando reunidas todas as condições para o lançamento e sendo esperadas condições climatéricas favoráveis.
Trata-se da segunda vez que Angola coloca em órbita um satélite, depois do Angosat-1, em dezembro de 2017, cujo lançamento fracassou.
Uma situação que, segundo o ministro, não é novidade na ciência espacial.
“É uma situação recorrente, acontece algumas vezes fruto da complexidade de um satélite de telecomunicações” como o Angosat, um aparelho geoestacionário que vai ser lançado a 6.000 quilómetros de distância.
Construído na sequência de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009, o Angosat-1 custou 360 milhões de dólares (sensivelmente o mesmo em euros) ao Estado angolano, mas tinha um seguro de 121 milhões de dólares, que, em caso de acidente ou desaparecimento, cobriria a totalidade dos custos da sua substituição, segundo a agência noticiosa angolana Angop.
Mário Oliveira sublinhou que o Angosat 2 faz parte do ecossistema de telecomunicações que o país pretende, já que Angola tem o objetivo de ser um ‘hub’ africano de telecomunicações.
“O nosso país é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do país de forma mais célere”, afirmou, destacando os impactos positivos desta solução tecnológica que vai contribuir para o desenvolvimento sócioeconómico de Angola em várias áreas.
O lançamento do satélite, que coincide com a Semana Mundial do Espaço, culmina uma série de ações que o executivo angolano tem desenvolvido, nomeadamente a nível da formação de quadros no setor aeroespacial, acrescentou o governante.
A Angop noticia que o satélite comporta uma série de serviços e tem capacidade para cobrir o continente africano, com ênfase na região sul, e parte significativa do sul da Europa.
Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite).
O Angosat-2 começou a ser construído a 28 de abril de 2018, nas instalações da Airbus em França, e a estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk (Sibéria), onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque, refere a agência angolana.
Segundo um relatório da Space in Africa, desde que o primeiro satélite africano entrou em órbita, lançado pela pioneira África do Sul há 20 anos , 44 foram já lançados por 13 países africanos e outros 125, de 23 países, estão a ser desenvolvidos, devendo entrar em órbita até 2025.
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