Quando Skye Meaker começou a tirar fotografias, com sete anos, provavelmente não esperava que, dez anos mais tarde, aos 17, viria a ser distinguido como Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano de 2018, um prémio atribuído pelo Museu de História Natural de Londres.
A fotografia em questão foi tirada na Reserva de Mashatu, no Botswana, e é intitulada “Leopardo a descansar“. Meaker conseguiu fotografar o felino fêmea – que já segue e fotografa há vários anos – num momento único, mesmo antes de o animal se mover e desaparecer.
Mathoja é uma fêmea conhecida na Reserva. Recebeu este nome dos guardas, que significa “aquele que anda a coxear”, devido a uma lesão grave que sofreu numa pata quando era uma cria. Apesar de as suas chances de sobrevivência serem escassas, Mathoja é hoje um leopardo adulto saudável.
“Para mim, a fotografia perfeita é aquela em que me sinto como se não estivesse realmente lá. É uma fotografia em que o animal se sente suficientemente confortável para se comportar como se eu não estivesse lá”, diz Meaker à CNN. “Gosto de me sentir imerso no momento e de capturar a natureza no seu estado mais natural”.
O jovem fotógrafo conta ainda que o fascínio pela fotografia começou cedo, não tivesse nascido numa família apaixonada pela fotografia e pela natureza. Em viagens de família a reservas e parques naturais locais, interessava-se pelas fotografias que o pai tirava.
“Quando era jovem, sempre me fascinou a máquina fotográfica do meu pai e como ele podia fazer com que as coisas que via à minha frente se transformassem magicamente numa imagem que se podia ver num pequeno ecrã. Lembro-me de lhe perguntar constantemente se podia tirar fotografias com a sua câmara”, recorda. “Os meus pais acabaram por decidir dar-me uma pequena máquina fotográfica, a que eu chamava o ‘foguetão de bolso'”.
Dez anos depois, o seu esforço foi reconhecido, e Meaker diz que o prémio que recebeu mudou a sua vida de várias formas. “Pude contar a minha história no Fórum Económico Mundial tanto em Davos, na Suíça, como no meu país natal, a África do Sul. Pude partilhar com o mundo as minhas paixões da fotografia e vida selvagem”, afirma.
Meaker espera também que a sua fotografia possa enviar uma mensagem aos jovens.
“Temos a mais alta tecnologia ao nosso alcance em comparação com qualquer outra geração. E com isto vem a responsabilidade de documentar as coisas. Toda a gente tem um telemóvel hoje em dia. Podemos tirar fotografias. Podemos filmar vídeos. Então, porque não fazê-lo com um bom propósito?”, defende.
“E com a fotografia da vida selvagem, penso que é uma grande oportunidade não só para criar arte, mas também para espalhar uma mensagem que precisa de ser ouvida”.