As ligações da Goldman Sachs ao poder ficam bem expressas nas pessoas que recruta. Esta é uma lista de 12 personalidades que por lá passaram. Em comum a todas elas, uma esfera de influência alargada na política ou no setor da banca.

Mario Draghi
Presidente do Banco Central Europeu
O economista italiano que dirige o BCE há quase seis anos é uma das personalidades mais influentes da atualidade. O seu impressionante CV inclui também o MIT, Harvard, Princeton, o Banco Mundial e, claro, a Goldman Sachs, de que foi administrador entre 2002 e 2005 – quando o banco já era uma peça-chave para falsificar as contas públicas da Grécia.

Mario Monti
Senador e ex-primeiro-ministro de Itália
Comissário europeu entre 1995 e 2004, ganhou fama por fazer frente aos interesses das grandes empresas e ter impedido uma série de aquisições e fusões polémicas. Mal terminou funções em Bruxelas, tornou-se consultor da Goldman Sachs. A demissão de Berlusconi e a crise financeira colocaram-no depois à frente do Governo de Roma.

Lukas Papademos
Economista e ex-primeiro-ministro da Grécia
Nunca foi funcionário da Goldman mas ainda foi com ele à frente do Banco Central grego (1994-2002) que se iniciou a “contabilidade criativa” das contas de Atenas. Há duas outras personagens-chave nesta história: Antigone Loudiadis, economista da Goldman em Londres, e Petros Christodoulou, responsável pela agência de gestão da dívida helénica.

Malcolm Turnbull
Primeiro-ministro da Austrália
É um dos homens mais ricos do seu país por, antes de se dedicar à política, ter sido advogado e um gestor de sucesso. Entre 1997 e 2001 foi o diretor da Goldman Sachs na Austrália. Lidera o Governo de Camberra há 10 meses. Ian McFarlane, ex–governador do Banco Central, fez o percurso inverso e passou a trabalhar para a GS.

Henry Paulson
Banqueiro e professor
Mal concluiu a sua formação económica em Harvard, foi logo trabalhar para o Pentágono, ao serviço do Presidente Richard Nixon. Com a queda deste último, passou depois três décadas na Goldman Sachs. É aí, quando liderava o banco, que George W. Bush o convida para secretário do Tesouro, cargo que ocupa entre 2006 e 2009.

Robert Rubin
Jurista e banqueiro
Formado nas melhores universidades dos EUA, este advogado passou 26 anos ao serviço da Goldman Sachs. Em 1993, o Presidente Bill Clinton convida-o para consultor económico e, dois anos depois, nomeia-o secretário do Tesouro. Destaca-se por desregular o setor bancário e a banca de investimento.

Mark Carney
Governador do Banco de Inglaterra
Este canadiano que estudou em Oxford e Harvard passou mais de uma década na Goldman Sachs, antes de ocupar vários cargos públicos no seu país. Em 2012, tornou-se o primeiro não britânico a ser nomeado governador do Banco de Inglaterra.

Robert Zoellick
Ex-diretor do Banco Mundial
É uma das personalidades mais influentes dos EUA: este jurista e professor de Harvard trabalhou para a administração Reagan e depois para a de George H. Bush. Mas foi ao serviço de George W. Bush, o 43º Presidente, que ocupou os mais altos cargos. Em maio de 2007, quando era diretor executivo da Goldman, foi eleito para chefiar o Banco Mundial.

Peter Sutherland
Ex-comissário europeu
Este jurista, que foi procurador- -geral da Irlanda sempre circulou entre importantes cargos públicos e privados. Após ter sido comissário europeu com a pasta da Concorrência, passou pelo GATT (organização que antecedeu a Organização Mundial do Comércio), foi consultor e administrador não executivo de vários bancos e, entre 1995 e 2015, presidiu também à Goldman Sachs.

Karel Van Miert
Ex-comissário europeu
Este socialista flamengo, falecido em 2009, foi um dos comissários mais influentes da União Europeia, nos anos 90, tendo tutelado áreas-chave como a Concorrência. Mal terminou funções em Bruxelas, tornou-se consultor de várias empresas, a começar pela Goldman Sachs.

Otmar Issing
Economista e professor
É um dos mais influentes economistas da Alemanha. Ex-administrador do Bundesbank e do Banco Central Europeu, é visto como um dos pais-fundadores do euro. Tornou-se depois consultor da Goldman Sachs e um crítico feroz da política monetária da União Europeia.

Jim O’Neill
Economista e professor
Já foi um dos maiores gestores do mundo. Entre 1997 e 2013, o economista chefe da Goldman punha e dispunha dos ativos do banco, que chegaram a ultrapassar os 750 mil milhões de euros. Ex-secretário do Comércio do governo de David Cameron, o agora barão O’Neill of Gatley senta-se na Câmara dos Lordes, dá aulas e dedica-se ao seu Manchester United.