Nos áudios, divulgados pelo canal de televisão Globo News, Dilma Roussef diz a Lula que mandou alguém entregar o termo de posse do ex-Presidente como ministro para o caso de ser necessário.
“Seguinte, eu estou mandando o ‘Messias’ [Jorge Rodrigo Araújo Messias, subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil] junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”, diz Dilma, ao que Lula responde: “Está bom, eu estou aqui, fico aguardando”.
As conversas foram gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial antes de Dilma Roussef anunciar publicamente que Lula seria ministro chefe da Casa Civil.
Moro disse que os diálogos sugerem que Lula desconfiava de que as suas conversas telefónicas estavam a ser intercetadas pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade das conversas.
Segundo Moro, Lula teria, aparentemente, tentado influenciar ou obter auxílio de autoridades em seu favor.
O juiz disse, porém, que não há nenhuma prova de que as pessoas citadas agiram “de forma inapropriada”.
Na gravação, Lula também fez duras críticas ao juiz Moro e aos investigadores da Lava Jato, referindo-se a “uma suprema corte totalmente acovardada e um parlamento totalmente acovardado”
O ex-chefe de Estado criticou também o presidente da Câmara e do Senado fodidos e parlamentares ameaçados, pensando que vai acontecer um milagre e todo mundo vai se salvar. Estou assustado com a República de Curitiba [de Sérgio Moro]”, disse Lula na gravação.