Apple, Samsung, Sony, Microsoft e Vodafone são apenas alguns dos gigantes do mundo da tecnologia que vendem milhões de dispositivos com baterias que contêm cobalto extraído por crianças, que chegam a ter apenas sete anos, nas minas da República Democrática do Congo, denuncia uma nova investigação da Amnistia Internacional.
A organização garante que o cobalto usado nas baterias de lítio usadas por 16 multinacionais é extraída em minas onde crianças e adultos recebem um dólar por dia, sem condições de segurança e sujeitos a violência, extorsão e intimidação.
Em 2012, a Unicef estimava que 40 mil crianças trabalhavam nas minas do sul do país, muitas envolvidas na extração de cobalto. Mais de metade do minério usado em todo o mundo provém da República Democrática do Congo, com 20% a sair de minas com exploração artesanal.
A Amnistia Internacional adianta que falou com 90 adultos e crianças e concluiu que a jornada de trabalho é de 12 horas diárias, sem roupa de proteção, resultado em problemas de saúde graves. Das tarefas desempenhadas pelos menores conta-se o transporte ,às costas, de cobalto, sob calor intenso, sem máscara nem luvas. Várias crianças relataram ter sido agredidas pelos seguranças e obrigadas a pagar “multas” como forma de extorsão e intimidação.