O patricidio foi cometido a 5 de janeiro de 2011. Na madrugada do dia seguinte ao decorrer de uma reunião neo-nazi na residência da família Hall, o jovem pegou numa das (várias e facilmente acessíveis) armas do pai, que se encontrava a dormir no sofá, apontou-a à sua cabeça e disparou.
Na tarde do mesmo dia, deslocou-se à casa da família um agente da polícia. Recolheu as 5 crianças da casa, de 10, 9, 7, 3 anos e uma de apenas 2 meses, e levou-as para a esquadra para serem interrogadas (à exceção da última). O agente descreveu ainda num relatório, condições de baixíssima higiene e organização dentro da casa – “os quartos cheiravam a urina” -, indicativas de um ambiente familiar disfuncional.
O rapaz, que tem agora 12 anos, foi posto num estabelecimento correcional para jovens desde o incidente até ao seu julgamento que teve início em outubro do ano passado.
O veredito da juíza Jean Leonard estava agendado para o passado dia 7 mas o julgamento foi um processo extremamente complicado, devido às circunstâncias extremas do caso, como o facto das polémicas ideologias do pai e a idade do filho.
Por ser menor, o propósito do julgamento não foi determinar a inocência do rapaz, mas sim estabelecer a veracidade de certas alegações referentes às motivações do mesmo. O código penal da Califórnia dita ainda que uma criança com menos de 14 anos não poderá ser condenada por qualquer crime sem provas claras de que esta compreende a ilicitude dos seus atos.
O ângulo da defesa foi, essencialmente, que o ato foi o culminar do desespero da criança, compreensivelmente desnorteada por viver um quotidiano de violência extrema, tanto física como psicológica, proporcionado pelo pai.
Quando interrogada sobre a situação de abusos domésticos praticados pelo falecido sobre as crianças, a madrasta do rapaz revelou que Jeffrey Hall era extremamente bruto com todos os filhos e filhas, reservando (geralmente) os murros e pontapés para o mais velho.
Numa entrevista para o programa 60 minutes, a avó do jovem confessa não estar surpreendida pelo sucedido, estando a par das tendências violentas do filho e do neto, e diz apenas que “achava que aconteceria quando ele fosse mais velho”.
A acusação, liderada por Michael Soccio, tentou depreciar a importância da relação entre as atitudes e crenças políticas de Jeff Hall, e o que terá motivado o seu filho a decidir matá-lo.
Soccio salienta o historial de delinquência e agressividade do jovem, que já teria sido expulso de várias escolas, onde, numa ocasião, terá tentado apunhalar um professor com um lápis e, noutra, tentado enforcar outro docente com um cabo telefónico.
Soccio defendeu a responsabilização total do jovem, por achar que este praticou um ato premeditado e logo, consciente, pelo que exigiu uma condenação por homicídio.
Na última segunda-feira, a juíza deu-lhe razão, considerando o rapaz culpado por homicidio em segundo grau. Resta agora decidir qual a melhor solução para a re-habilitação do jovem, processo que provavelmente ocupará a próxima década da sua vida.