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Uma equipa da CNN passou este domingo a visitar o complexo residencial de Kadhafi, onde os filhos viviam com luxo e ostentação bem visíveis, apesar de saqueadas pelos rebeldes.
Divisões enormes, muitas bebidas alcoólicas (com várias garrafas no valor de centenas de euros cada), mármores, equipamento eletrónico de ponta, jacuzzis, praias privativas e piscinas, ginásios e saunas fazem prova do luxo em que viviam os descendentes de Kadhafi.
Mas a descoberta mais macabra chegou na pessoa de Shweyga Mullah, ama de dois filhos de Hannibal Kadhafi, indicada aos repórteres por um dos rebeldes: o rosto e o couro cabeludo em ferida, resultado da tortura que lhe foi alegadamente infligida pela mulher de Hannibal.
A sua história: Shweyga Mullah, 30 anos, chegou à Líbia, oriunda da Etiópia, há cerca de um ano. Pouco depois de ter começado a trabalhar na casa daquele filho de Kadhafi, começaram os maus-tratos. Segundo contou à CNN, uma vez recusou-se a bater na menina que tinha a seu cargo, como pretendia a patroa, porque ela não parava chorar. Segue o relato, na primeira pessoa: “Levou-me para a casa de banho. Atou-me as mãos atrás das costas e atou-me os pés. Pôs-me fita adesiva na boca e começou a atirar-me água a ferver para a cabeça.”
Aos jornalistas, a ama mostrou ainda o tronco e as pernas, cobertos de chagas também.
Na altura, um guarda encontrou-a e levou-a ao hospital, mas logo terá sido ameaçado com prisão se a ajudasse novamente.
