Na nota, divulgada pelos representantes dos trabalhadores Ana Luísa Magalhães, Augusto Correia, Ivete Carneiro e Rita Salcedas, lê-se que houve o contributo de 308 pessoas, que ajudaram estes precários, “embora com dificuldades, a cumprir os compromissos mais urgentes, mesmo não tendo recebido da empresa os pagamentos que lhe são devidos”.
De acordo com a informação, à data de hoje “dezenas de recibos verdes do GMG, entre jornalistas e técnicos, estão sem receber os pagamentos correspondentes ao mês de outubro, que deveriam ter sido pagos até 10 de dezembro”, lamentando os signatários que “já não basta terem de esperar, no mínimo, 40 dias para receber, como tem sido norma nos últimos anos, como, este mês, já vão quase em 60 dias de atraso”.
“Dado o silêncio da administração, que não foi capaz de providenciar os pagamentos, dezenas de pessoas não sabem, sequer, quando vão ser pagos pelo trabalho feito há três meses, e do qual já foram chamados a pagar contribuições e impostos”, referem.
Na nota lê-se ainda que também os jornalistas dos quadros do GMG, mesmo não tendo recebido o subsídio de Natal, organizaram-se numa recolha de fundos para ajudar os colegas “em maiores dificuldades”.
Este movimento nasceu na redação do Jornal de Notícias, mas alargou-se aos restantes profissionais.
“Em quatro dias, foram angariados 10.615 euros, fruto de 308 donativos, que permitiram ajudar 37 dos mais carenciados colaboradores a recibos verdes no GMG, entre pessoas do Jornal de Notícias, da TSF, da Global Imagens, do desportivo O Jogo e das várias revistas do grupo”, destacou.
Por fim, “para dar corpo à vontade demonstrada por leitores, ouvintes e tantas outras pessoas” foi agendada para esta quarta-feira, “a abertura uma conta na dependência da Caixa Geral de Depósitos da rua de Gonçalo Cristóvão, no Porto, na qual será depositado o remanescente dos donativos recebidos até agora, 1.365 euros, se até lá não nos chegarem mais pedidos de ajuda”, acrescentam na nota.
No dia 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
A Administração do Global Media Group (GMG) abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses, segundo um comunicado interno, divulgado em 11 de dezembro.
Entretanto, as direções do Jornal de Notícias (JN), TSF, O Jogo e do Dinheiro Vivo (DV) apresentaram demissão, na sequência do processo de reestruturação.
ALN (JE/JCR) // MSF