Quase 21 anos depois de ter sido inaugurada a primeira ligação de Matosinhos ao coração do Porto, a rede de metro contabiliza seis linhas e os carris chegam a Gaia, Maia, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. A expansão continua: até final de 2024, a linha amarela estender-se-á de Santo Ovídio até ao bairro de Vila d’Este, na periferia de Gaia, onde vivem 17 mil pessoas; e a sétima linha está a nascer para servir o Hospital de Santo António e o Centro Materno Infantil. Mais: em breve deverá ser lançado o concurso para a oitava linha, que, por ser integralmente financiada com €300 milhões do PRR, terá de estar pronta até final de 2026. Esta voltará a ligar Porto e Gaia, através da construção de uma nova ponte sobre o Douro (a sétima), exclusivamente para o metro, peões e bicicletas, e terá a marca de Edgar Cardoso, o mesmo que projetou a ponte da Arrábida, mesmo ao lado. A ponte sairá da nova estação do Campo Alegre, que terá assinatura de Siza Vieira e Souto Moura, e servirá as faculdades de Arquitetura, Letras e Ciências. Do outro lado, a estação Arrábida dará acesso direto ao centro comercial e ao Hospital Santos Silva. Fará ainda ligação à linha de comboio Porto-Lisboa, redimensionando a velha estação das Devesas, chegando depois, e mais uma vez, a Santo Ovídio, onde está previsto terminar também a futura linha de TGV.
Depois disto, todos os hospitais e polos universitários do Grande Porto ficarão ligados por rede de metro e tudo ficará ainda mais próximo. Atualmente, “o metro do Porto une mais de um milhão de pessoas de sete municípios, assumindo um papel nevrálgico no sistema de transportes metropolitano”, como realça à VISÃO o presidente da Câmara do Porto. Para Rui Moreira, os 67 km de rede de metro já em funcionamento, a maior do País, “provocaram uma verdadeira revolução na mobilidade”. Na realidade, transformaram radicalmente a forma como o território da Área Metropolitana do Porto é olhado e usado. De acordo com dados fornecidos pela Metro do Porto, “há 210 mil pessoas, em média, a usar o metro de segunda a sexta, em tempo de aulas”. Zonas periféricas da cidade ficaram mais próximas das principais centralidades e a expansão urbanística chegou a zonas envolventes mais esquecidas, revitalizando-as. E isto arrastou a valorização imobiliária, que se calcula ter aumentado cerca de 20%, em média. “Houve um crescimento grande de residentes à medida da expansão das linhas de metro”, assegura o porta-voz da empresa. A linha que liga o aeroporto à cidade foi mais um trunfo na atração de turistas e de um novo cosmopolitismo que impregnou os principais centros urbanos. “Comodidade, rapidez e sustentabilidade” são adjetivos usados por Rui Moreira que, do Metro, faz depender “uma mobilidade inteligente e integrada”.