1. Dancing with My Camera, de Dayanita Singh, Museu de Serralves
Conhecida pelos livros-objeto que reinterpreta, cruzando períodos, lugares, figuras ou arquiteturas, a fotógrafa indiana pretende “encontrar novas formas para a fotografia”. “Quero ter a liberdade como artista de mostrar o meu trabalho na vossa casa, no parque, no comboio, num livro…”, disse aos jornalistas aquando da inauguração de Dancing with My Camera, exposição retrospetiva composta por mais de 200 imagens, a preto-e-branco, de 40 anos de trabalho, organizada pela Gropius-Bau (Berlim), com Serralves, o Museu Villa Stuck (Munique) e o MUDAM (Luxemburgo).
Dayanita apresenta as suas imagens em estruturas móveis de madeira, às quais chama “fotoarquitetura”, que se podem abrir, fechar, mover ou mesmo reorganizar, permitindo alterar a composição das imagens e convidando o visitante a “dançar” em redor. A cada uma dessas estruturas, compostas por vários elementos, deu o nome de museus: Museu dos Ficheiros (2012), Museu do Acaso (2013), Museu das Pequenas Senhoras (1961), Museu de Tanpura (2021)… Um dos mais impactantes é o Museu das Malas de Viagem (Suitcase Museum, 2015), que reúne, em duas malas de couro, 44 exemplares de um livro com 44 capas, em que 88 fotografias se combinam de forma aleatória. R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 5 mai, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19 > €11
2. Kandinsky, Obras Perdidas da Bauhaus, no Museu da Torre dos Clérigos
Quando a Rússia de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, já os desenhos do artista russo Wassily Kandinsky teriam deixado o National Museum Kyiv Art Gallery, em Kiev, onde haviam estado expostos. Terá sido um dos últimos atos culturais a unir os dois países. Desde então, a exposição Kandinsky, Obras Perdidas da Bauhaus, que pertence ao colecionador privado Edward Khodorkovsky, foi apresentada apenas em Chicago, nos EUA, regressando agora à Europa e, pela primeira vez, ao Museu da Torre dos Clérigos, no Porto.
A coleção de 15 desenhos, a partir dos quais Kandinsky (1866-1944) criou a obra On White II (1923), quando lecionava na escola alemã de arte Bauhaus, em Weimar, tem a curadoria de Nuno Viana, autor do livro Kandinsky: The Rediscovered Bauhaus Sketchbook. Uma oportunidade única para observar as obras do artista russo, precursor do abstracionismo e um dos maiores artistas do século XX, que viveu na Alemanha até 1933, e adquiriu a nacionalidade, altura em que foi obrigado a fugir para França. onde morreu em Neuilly-sur-Seine. R. de São Filipe Nery, Porto > 22 014 5489 > até 17 mar, seg-dom 9h-19h > €8
3. Together in Our Spirits, de Oscar Murillo, Museu de Serralves
A primeira exposição individual em Portugal do artista colombiano, Oscar Murillo, toma conta de grande parte do hall do museu, estendendo-se à galeria contemporânea e à capela de Serralves. Em Together in Our Spirits, são exibidos os projetos de longa duração Frequencies com telas de alunos de todo o mundo (incluindo Portugal), além de uma coleção de esculturas de vestuário (Arepas y Tamales) que conjuga escultura tradicional com vestuário funcional a partir de tecidos que o artista criou ao extrair digitalmente símbolos desenhados à mão nas telas de Frequencies. A mostra é ainda composta por pinturas de menor dimensão (obras em papel emolduradas e montadas em suportes de madeiras fixadas em cadeiras de jardim) e a obra criada especificamente para a Capela de Serralves (pintura da série Manifestation). R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 26 mai, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19 > €11
4. Edi Rama, Sobral Centeno e Anri Sala, Galeria Nuno Centeno
Pela primeira vez em Portugal, a Galeria Nuno Centeno mostra obras de Edi Rama, artista e primeiro-ministro da Albânia desde 2013 (que esteve presente na inauguração) numa exposição intitulada Welcome, que cruza com a do também albanês Anri Sala na vídeo room. Noutra sala da galeria, a exposição des/construção apresenta um conjunto de pinturas de Sobral Centeno que revelam a sua “visão sobre o mundo” através de gestos explosivos sobre a tela, formas arquitetónicas, sinais de orientação, figuras corpóreas, cruzes e escrita desconstruída. R. da Alegria, 598, Porto > até 30 nov, ter-sáb 15h-19h > grátis
5. Norte Silvestre e Agreste, Galeria Municipal Porto
A nova exposição na Galeria Municipal (inaugura neste sábado, 9) é um projeto coletivo com curadoria de Filipa Ramos e Juan Luis Toboso, que se debruça sobre os rituais e modos expressivos de pessoas, animais, plantas, elementos e minerais, no Noroeste Ibérico. Nos dois pisos da galeria, observam-se obras de Alejandra Pombo Su, Cem Raios T’abram, Daniel Moreira e Rita Castro Neves, Diego Vites, Judith Adataberna, Lois Patiño, Mariana Barrote, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Maruja Mallo, Óliver Laxe, Salvador Cidrás, Vicente Blanco e Von Calhau! Jardins Palácio de Cristal, Porto > 9 dez-10 mar 2024, ter-dom 10h-18h > grátis
6. Fernando Távora. Pensamento Livre, Fundação Marques da Silva
Primeira paragem da exposição itinerante que celebra o centenário do nascimento do arquiteto Fernando Távora (1923-2005). No piso superior do Palacete Lopes Martins, expõem-se maquetes originais e desenhos (no acervo da Fundação Marques da Silva) de sete obras do arquiteto: A Casa de Ofir (1957/1958), o Mercado da Feira (1953/1959), o Pavilhão de Ténis na Quinta da Conceição (1956/1960), a Escola do Cedro (1957/1961), a Pousada de Santa Marinha da Costa (1972/1985), o Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000) e a Casa dos 24 (1995/2003). Já no piso da entrada, cinco miniexposições temáticas retratam o arquiteto, a sua vastíssima cultura e método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura. Coimbra e Guimarães serão os próximos destinos desta retrospetiva, com curadoria do arquiteto Alexandre Alves Costa. Pça. Marquês de Pombal, 30, Porto > até fev 2024, seg-sáb 14h-18h > €3
7. Bonecos de Barcelos – Identidade, Tradição e Criação Artística, Casa Comum
Mais de 190 peças de arte popular, do Alto Minho a Trás-os-Montes e ao Alentejo, das décadas de 1930-40 e de 1950 a 1970. A exposição parte das doações dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (colecionadores de arte popular desde estudantes dos cursos de Arquitetura e de Belas Artes da Escola Superior de Belas Artes do Porto doaram mais de 600 peças de figurado de Barcelos à Universidade do Porto) e da coleção do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. Com obras de Rosa e Júlia Ramalho, Teresa Mouca, Rosa e Júlia Côta e João Côto (a geração que criou o Galo de Barcelos), a mostra inclui peças alusivas ao universo da vida real quotidiana, como carros de bois, a matança do porco, os animais de lavoura. Reitoria da Universidade do Porto, Pça. Gomes Teixeira, Porto > seg-sex 10h-13h, 14h30-17h30, sáb 15h-18h > até 2 mar 2024 > grátis
8. Coleção Peter Meeker: Obras de 1982-2019, Casa de São Roque
Uma seleção de obras de artistas portugues, polacos e espanhóis, incluem a coleção de arte internacional de Peter Meeker (Pedro Álvares Ribeiro) que assinala o quarto aniversário da Casa de São Roque – Centro de Arte do Porto. Preparada em conjunto por Barbara Piwowarska e João Silvério, a exposição Coleção Peter Meeker: Obras de 1982-2019, centra-se “em gerações de artistas que cresceram em países que recuperaram a liberdade após regimes políticos repressivos e que partilham posições existenciais: os polacos que refletem a transformação após 1989, e os portugueses que refletem a modernização após a revolução de 1974”. A coleção foi iniciada na década de 1980, no Porto, e inclui 40 artistas e mais de 600 obras de arte. R. São Roque da Lameira, 2092, Porto > até jun 2024, seg, qua-dom 13h30-19h > €8
9. Calor, de André Romão, Museu de Serralves
A primeira exposição individual de André Romão, um dos artistas emergentes da geração de 80, em Serralves, parte de uma coleção de cartazes antigos desenhados para campanhas de doação de sangue. Com o intuito de encorajar a participação das populações, as suas mensagens e ilustrações fazem apelos emocionais associados a ideias de patriotismo e dever cívico, denotando modelos de preconceito e exclusão. O artista questiona a noção de corpo e as diretrizes das nossas sociedades contemporâneas que estabelecem padrões de conduta, excluindo, muitas vezes, quem não se encaixa nas categorias tradicionais de identidade. R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 2 jun, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19 > €11
10. SAAL Neon 2023, de Ângela Ferreira, Escola das Artes Universidade Católica
Para esta exposição, a artista plástica Ângela Ferreira focou-se “no lado participativo dos habitantes que colaboraram na construção das suas casas”, no âmbito do projeto SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), que decorreu depois do 25 de Abril tentando suprimir as necessidades de habitação nas populações desfavorecidas. A mostra SAAL Neon, com curadoria de Nuno Crespo, vai da sala de exposições à fachada do edifício, onde foi colocada uma escultura que evoca o transporte de um balde de cimento entre personagens. R. Diogo Botelho, 1327, Porto > até 5 fev 2024, ter-sex 14h30-19h > grátis
11. Guia de Casas Fotográficas do Porto, de Augusto Lemos, Centro Português de Fotografia
Viagem pelas casas fotográficas mais conhecidas do século XIX no Porto (a maioria, já desaparecidas) que acompanharam o crescimento da cidade e a destruição da Muralha Fernandina. As fotografias de Augusto Lemos são acompanhadas por textos de Maria do Carmo Serén. Antiga Cadeia da Relação, Lgo. Amor de Perdição, Porto > T. 22 004 6300 > até 31 mar 2024, ter-sex 10h-18h, sáb-dom, fer 15h-19h > grátis
12. Portreto de la Animo, Museu Nacional Soares dos Reis
O retrato é o ponto em comum às 150 obras, de cerca de uma centena de autores, que se dão a ver na sala de exposições temporárias, pertencentes à Coleção Treger Saint Silvestre, muitas encontradas em armários, em hospitais psiquiátricos. “Não há um fio condutor nem uma imagem que possa definir a arte bruta”, realça o curador, Antonio Saint Silvestre (que, com Richard Treger, iniciou nos anos 80, em Paris, uma das mais importantes e extensivas coleções privadas de arte bruta no mundo, em depósito no Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira) sobre a expressão criada em 1945, por Jean Dubuffet, para definir um movimento de contracultura produzido por pessoas sem formação artística. R. D. Manuel II, 44, Porto > T. 22 339 3770 > até 30 dez, ter-dom 10h-18h > €5, grátis dom 10h-14h
13. Pina Germano, Biblioteca Municipal Almeida Garrett
O poema de Manuel António Pina, Ainda Não É o Fim Nem o Princípio do Mundo Calma É Apenas Um Pouco Tarde, deu o mote a esta exposição que reúne memórias, fotografias e outros documentos que ajudam a mapear a amizade entrelaçada pelo Porto, entre o poeta Manuel António Pina e o jornalista Germano Silva. “Pina Germano” apresenta recordações de uma vida partilhada, feita de lutas conjuntas, nomeadamente no jornalismo, e também um conjunto de depoimentos de amigos comuns, como Arnaldo Saraiva e Álvaro Magalhães. R. de Dom Manuel II, Porto > T. 22 608 1000 > Até 14 jan, seg 14h-18h, ter-sáb 10h-18h > grátis
14. Not Post-Modernism: Dan Graham e a Arquitetura do Século XXI, de Dan Graham, Museu de Serralves
Em Not Post-Modernism: Dan Graham e a Arquitetura do Século XXI, título retirado de um texto escrito pelo artista, fica expressa a sua admiração por oito arquitetos que o influenciaram e que marcaram este século: Atelier Bow-Wow (autor do desenho expositivo da mostra), Jan Duiker, Lina Bo Bardi, Sverre Fehn, Itsuko Hasegawa, Kazuo Shinohara, Anne Tyng e Vilanova Artigas.
Com a curadoria de Bartomeu Marí (amigo do artista) e o apoio da mulher de Graham, a japonesa Mieko Meguro, são apresentados cerca de 20 projetos em pares – Umbrella House e Pony Garden (Japão), Teatro Oficina e Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (Brasil) são alguns exemplos –, que permitem “leituras criativas e uma evolução dinâmica de ideias e formas”. Dividida em dez temas, a exposição relaciona a arquitetura com o poder da geometria, o espaço urbano e a Natureza ou com lugares para a comunidade. Outra particularidade é o facto de se apresentar em três pavilhões/blocos feitos de palha, cortiça e tijolo, que, no final, serão desmontados e reutilizados numa economia circular. R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 31 mar 2024, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > €11