A primeira obra monumental de Alexander Calder (1898-1976), Horizontal, que se vê no Parque de Serralves, em frente à casa art déco, data de 1974. Trata-se de um dos últimos trabalhos realizados por um dos mais influentes artistas do século XX, a que se juntam outras três peças de grandes dimensões em aço e metal pintado: Guillotine pour Huit e Les Trois Alles (ambas de 1963), no Parterre Central, e Nageoire (1964), junto ao museu.
A exposição Uma Linha de Equilíbrio atravessa o Parque e ocupa o rés do chão da Casa de Serralves, percorrendo cinco décadas de trabalho do escultor norte-americano, cuja carreira se tornou conhecida em Paris, nos anos 30 e 40, cidade onde conviveu com o artista catalão Joan Miró. Todas as obras de Calder (20, no total) vieram do Centro Georges Pompidou, em Paris.
Lá dentro, além da peça em chapa metálica negra Les Boucliers (1944), observam-se as primeiras silhuetas de arame criadas por Calder – formado em engenharia mecânica, andava sempre com um rolo de arame ao ombro e um alicate no bolso.
Há também pequenas esculturas cinéticas de arame e madeira que o artista usava nos seus espetáculos Cirque Calder; guaches (como Yellow Panel, 1936) e os célebres móbiles (assim batizados por Marcel Duchamp), as estruturas de folhas de chapa recortada que se movem com o fluxo do ar.
No piso de cima, os trabalhos de Alexander Calder dialogam com parte da coleção Joan Miró aqui depositada, numa segunda exposição intitulada Espaço em Movimento.
As várias salas vão interligando os dois artistas, desde que se conheceram em 1928, em Paris, cruzando obras do pintor catalão às de Calder (a quem Miró tratava por Sandy) e de Calder com Miró, do qual desenhou o rosto em arame suspenso. No fundo, uma espécie de reencontro entre dois amigos.
Alexander Calder: Uma Linha de Equilíbrio e Joan Miró/Alexander Calder: Espaço em Movimento > Parque e Casa de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > até 19 mai 2024 > seg-sex 10h-19h, sáb-dom 10h-20h > €11