Nenhuma mesa pé-de-galo poderia gerar o milagre da ressuscitação do músico britânico, desaparecido em janeiro de 2016. Porém, a verdade é que David Bowie has never left the building: o seu legado musical e influência manifestam-se nas sonoridades contemporâneas, a sua obra alimenta fetichismos (a cassete que contém a sua primeira gravação, o tema I Never Dreamed, feita aos 16 anos, quando era saxofonista da banda The Konrads, foi recentemente descoberta num cesto de pão e será leiloada em setembro), a sua imagem tanto alimentou tendências como paredes de museu. Iconic Bowie by Terry O’Neill, Markus Klinko, Norman Parkinson, Justin de Villeneuve, Gerald Fearnly – com fotografias de David Bowie é a exposição que nos faz recordar as características camaleónicas de um artista que (re)inventou o conceito da perpétua reinvenção.
Reunindo uma série de 40 fotografias, escolhidas a partir do acervo da agência Iconic Images, a mostra, comissariada pela curadora Cristina Carrillo de Albornoz Fisac e pelo músico David Fonseca (que fez o CD-tributo Bowie 70), estará patente no espaço democratizante do ArrabidaShopping, em Vila Nova de Gaia, a partir desta quarta, dia 5, (onde permanecerá até 4 de novembro). Esta percorre a vida, obra e vocação experimentalista de Mr. David Robert Jones, nome de batismo do cantor, através da lente de fotógrafos habituados a registar o star system. Muitos também assinaram as capas dos seus discos: Markus Klinko, que gravitou da cena musical para a área da moda e da publicidade, criou a capa “expressionista” de Heathen (2002), e Justin de Villeneuve captou Bowie e Twiggy no álbum Pin-Ups (1973). Já Terry O’Neill, fotógrafo que criou imagens desde Mandela a Churchill, de Sinatra aos Rolling Stones e a Amy Winehouse, acompanhou David Bowie durante os anos de Thin White Duke, Ziggy Stardust e Diamond Dogs, e Gerald Fearnley, irmão do baixista da sua banda de apoio, é o autor das imagens captadas para o álbum de estreia, David Bowie – um rapaz de franja compostinha, em 1967. Juntam-se-lhes os trabalhos de outros criadores da iconografia do século XX, como Norman Parkinson e Milton H. Greene (este célebre pelas suas séries dedicadas a Marilyn Monroe) que também imortalizaram Bowie, um modelo sempre à altura.
Paralela à exposição Iconic Bowie, há uma programação que inclui filmes, lançamento do catálogo, concertos com convidados a interpretar versões de Bowie, e a estreia do documentário David Bowie: The Last Five Years, de Francis Whately
Iconic Bowie > ArrábidaShopping (piso O), Praceta Henrique Moreira, Vila Nova de Gaia > T. 22 374 7700 > 5 set-4 nov, seg-dom 9h-23h, sex-sáb 9h-24h > grátis