
O projeto vencedor do Concurso do Pavilhão Expositivo de Serralves
O projeto dos arquitetos Bruno André e Francisco Salgado Ré, ambos com 36 anos, responsáveis pelo ateliê And-Ré, no Porto, venceu o concurso para a construção de um pavilhão itinerante que, segundo a Fundação de Serralves, pretende “suprir as lacunas que por vezes existem ao nível de espaços expositivos” no país.
O projeto do ateliê de arquitetura, design e pensamento estratégico do Porto – vencedor do concurso que recebeu mais de 40 candidaturas, dez das quais estão em exposição no Museu de Serralves, no Porto, até 24 de fevereiro –, propõe um pavilhão “transportável, modular e expansível”, construído em betão prefabricado. Sem uma dimensão fixa, este pavilhão pode, devido à sua construção modular tipo lego, ocupar uma área tanto de 200 como de 600 metros quadrados, adaptando-se a praças, jardins ou outros locais de uma qualquer cidade. “Os módulos podem ser usados de forma independente. É uma solução duradoura e que aguenta um uso intensivo”, explica Francisco Salgado Ré à VISÃO. Ao mesmo tempo, o sistema “garante o isolamento e iluminação natural, ideais para a exposição de obras de arte”. Também a Fundação de Serralves salienta que o projeto arquitetónico vencedor “se caracteriza pela possibilidade de associação de espaços expositivos com propriedades distintas (área, altura, comprimento, largura ou iluminação)”.
Durante a conferência de imprensa de apresentação da programação para 2018, Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, já tinha salientado a importância de continuar a levar a Coleção de Serralves e a arte contemporânea “ao contacto direto com as pessoas”. Em 2017, Serralves levou a coleção a 25 pontos do país e a ambição para este ano, cuja temática é exatamente “Transpor Fronteiras”, será chegar às 35 exposições fora de portas, no continente e Açores.
Promovido no âmbito do projeto Arquitetura 3.0 – Promoção de Novos Modelos de Internacionalização, o concurso foi realizado com o apoio da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos. Do júri fizeram parte a própria Ana Pinho, Suzanne Cotter (a ex-diretora do Museu), João Ribas (o novo diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves), e os arquitetos Carles Muro, Álvaro Leite Siza Vieira, João Pedro Serôdio, João Paulo Loureiro e Fernando Jorge Garcia Pereira. Em segundo e terceiro lugares ficaram, respetivamente, os projetos da Murmuro Colectivo e de Samuel de Brito Gonçalves.
O ateliê And-Ré, nascido em 2008, tem ganho vários concursos, nomeadamente, o Centro de Artes de Águeda (CAA), inaugurado em 2017, a construção de uma escola em Vermis, Guimarães, e de uma outra em São Miguel, nos Açores. Entre outros projetos vencedores está também a musealização das Termas Romanas de Chaves. Em 2015, o gabinete de Bruno André e Francisco Salgado Ré foi nomeado para o prestigiado The European Union Prize for Contemporany Architecture – Mies van der Rohe Award 2015, com o projeto da Quinta do Lobo Branco, e recebeu, por duas vezes (2011 e 2012), o Prémio Ibérico de Design Urbano.

O interior do pavilhão “garante o isolamento e iluminação natural ideais para a exposição de obras de arte”
Concurso Pavilhão Expositivo > Museu de Serralves, R. Dom João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > Até 24 fev, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > grátis