A estreia nacional de O Seduzido, uma oportunidade rara de ver o mais recente filme de Sofia Coppola, que deverá passar diretamente para distribuição doméstica, é um grande chamariz do IV Porto/ Post/ Doc, festival de cinema do real, dirigido por Dario Oliveira. O filme, de resto, integra uma nova secção do festival, Highlights, dedicada a antestreias de filmes com grande potencial comercial, como A Viagem do Tempo: A Jornada da Vida, de Terrence Malick, ou Lucky, de John Carroll Lynch. Contudo, esta não é a linha dominante de um festival que se pretende diverso, desafiando o público a conhecer novas cinematografias.
Tema transversal este ano é a ideia de memória e de arquivo. Aqui encaixam-se vários filmes e iniciativas, como as celebrações dos 100 anos de Jean Rouch, precursor do cinema verité, ícone absoluto do documental. Cria-se uma nova secção dedicada a filmes que trabalham com arquivos e também o ciclo de debates Arquivo e pós-memória. Há um foco sobre o cineasta checo Miroslav Janec, com dois filmes, que tratam o tema da cegueira em diferentes contextos, e outro sobre o suíço-canadiano Peter Mettler, com a apresentação de três obras e a performance Yoshtoyoshto, com um trio composto por Mettler, o antropólogo Jeremy Narby e o músico Franz Treichler (Young Gods).
O festival privilegia o trabalho junto das escolas e o cinema português. Prova disso é o destaque dado à jovem dupla de realizadores André Santos e Marco Leão. Não só haverá uma retrospetiva da sua obra como os realizadores andarão pelas escolas entre masterclasses e workshops. A secção Cinema Falado, dedicada a lusófonos, conta com vários motivos de interesse, incluindo dois filme de Paulo Abreu; I Love my Label, de Rui Portulez e António Sabino; Não Consegues Criar o Mundo Duas Vezes, de Catarina David e Francisco Noronha; e Aires Mateus, Matéria em Avesso, de Henrique Pina.
Porto/ Post/ Doc > Rivoli, Passos Manuel, Maus Hábitos, FBAUP, Porto > 27 nov-3 dez