
Base de candeeiro Coruja, 1959
Aos 90 anos, Querubim Lapa tem uma exposição. Justa homenagem da Galeria Objetivismo, em Lisboa, ao artista, figura maior da cerâmica portuguesa de autor na segunda metade do século XX, sobretudo pelas intervenções em locais públicos. Como o Hotel Ritz, a pastelaria Mexicana ou a Casa da Sorte do Chiado, em Lisboa; o Hotel do Mar, em Sesimbra, ou ainda o Casino Estoril.
Em Primeira Obra Cerâmica, 1954-1974, que pode ser visitar até ao próximo sábado, 28, mostram-se os primeiros 20 anos de produção, através de peças de cerâmica utilitária e decorativa que Querubim Lapa reinventou, inspirado nos Toby Jugs britânicos, em Rafael Bordallo Pinheiro e na olaria popular portuguesa. Todas produzidas na Fábrica Viúva Lamego, onde chegou a ter ateliê. São 50 objetos ao todo, entre pratos, pequenos painéis de azulejos e placas, bases de candeeiros, potes e vasos, cedidos pelo próprio ou de coleções particulares. Algumas em reedição, e que estão para venda.
A juntar, a moldura da porta da antiga loja Rampa, no Chiado, projetada em 1956 pelo arquiteto Conceição Silva, e que se destacava na enorme montra de vidro. Foi o primeiro trabalho de Querubim Lapa em cerâmica volumétrica. Depois do encerramento da Rampa, em 1980, e consequente destruição da loja, a moldura pensava-se perdida. Mas foi recuperada, restaurada e mostra-se pela primeira vez ao público. Da loja de roupa de senhora, expõem-se ainda canecas, jarras e até um pote para guardar o tabaco de cachimbo, peças desenhadas por Querubim que também por lá se vendiam, a par de pintura e objetos de autor. Outros tempos, portanto.
Querubim Lapa. Primeira Obra Cerâmica 1954-1974 > Galeria Objectismo > R. D. Pedro V, 55, Lisboa > T. 21 347 0050 >Até 28 nov, ter-sáb 15h-19h