Nasceu em Luanda, estudou em Paris e vive em Lisboa, onde trabalha como assessora de imprensa do Museu Coleção Berardo, dedicando-se também à comunicação de projetos na área da cultura. Aqui partilha “lugares de afeto”, feitos de memórias e de destinos sonhados
1. Aldeia da Namalimba, Uganda “Nunca conheci outra Namalimba. Por isso o meu coração acelerou quando, numa busca no Google, apareceu Weather in Namalimba. Desde esse dia sonho visitar esta aldeia no Uganda”, conta Namalimba, cujo nome tem origem numa lenda do Huambo, em Angola.
2. Museu da Inocência, Istambul No museu criado a partir do romance de Orhan Pamuk, ficou rendida “à poesia visual dos objetos expostos (ganchos de cabelo, fotografias, porcelanas, pontas de cigarro…), a remeter para o amor entre Kemal e Füsun, numa espécie de altar à história que os uniu antes de se perderem”.
3. Estúdio de Malick Sidibé, Bamako “É um lugar único, onde os padrões de riscas pretas e brancas, que serviam de pano de fundo às sessões fotográficas, se coreografam com os das vestimentas locais e das capulanas africanas”. Namalimba queria ter visitado Malick Sidibé, no seu estúdio, por ocasião da bienal de fotografia Les Rencontres de Bamako. Não chegou a ir ao Mali e o fotógrafo morreu em 2016. “A aura do seu mítico estúdio permanece, identificável em qualquer fotografia que ali tenha sido feita”.
4. Cova do Vapor, Trafaria Descobriu esta praia há dez anos, “encantada pela sua aldeia piscatória, povoada por gente simples e feliz no olhar”, onde diz ter alguns rituais. Como ir à padaria, onde tudo é de fabrico próprio, cumprimentar a Gina, “diva da Boutique das Jeitosas, que, em plena rua, expõe os seus modelitos em tendência leopardo”, ou espreitar as novidades na mercearia (rainha dos tremoços!). Difícil é resistir ao desafio da senhora do café da esquina para tomar um Cai Bem, refresco com receita da terra.
4. Ile de Saint Louis, Paris É um dos “lugares de culto”, dos anos em que viveu em Paris. Foi ali que prometeu aos dois filhos que todos os anos viajariam juntos, “para lhes dar a dimensão de mundo, que vai muito além do espaço e do tempo que cabe na imaginação deles”.
6. Jardin Majorelle, Marraquexe Namalimba recorda “a experiência incrível de deambular, nos 45 graus de agosto em Marraquexe, neste oásis botânico feito de catos, palmeiras e outras espécies de plantas provenientes dos lugares mais exóticos do planeta”, criado pelo pintor francês Jacques Majorelle. Na casa idílica, pintada de ‘azul Majorelle’ e com vasos amarelo limão, viveu, também, Yves Saint Laurent com Pierre Bergé.