Não é questão que reúna consenso. Ao mesmo tempo que circulam petições contra a “invasão” dos triciclos motorizados – mais conhecidos por tuk tuk – e afins nos bairros históricos de Lisboa, apelando à restrição da sua circulação, há quem defenda que o corrupio não incomoda assim tanto e é até bem-vindo.
Opiniões à parte, o facto é que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) resolveu dar ouvidos aos argumentos dos moradores – que se queixam sobretudo da poluição, do ruído e da confusão no trânsito – e estabeleceu novas regras de circulação aos “veículos afetos à animação turística”, categoria que inclui ligeiros, motociclos, quadriciclos, triciclos e ciclomotores. Assim, por despacho que entrou em vigor no dia 20 deste mês, a circulação nas freguesias da Estrela, Misericórdia, Santo António, Santa Maria Maior e São Vicente está limitada ao período entre as 9 horas e as 21 horas. E acrescenta que, “em áreas que” os ditos veículos “causem maior perturbação” (leia-se nas ruas interiores do Bairro Alto, Alfama e Castelo), a circulação passa mesmo a estar vedada.
A sinalética que avisa onde o trânsito é proibido a “veículos afetos à animação turística não pesados” já foi colocada e junto a estas zonas, bem como nalguns dos principais pontos turísticos da cidade – como a Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos ou Cais do Sodré – foram criadas “bolsas” de estacionamento que, no total, somam 116 lugares.
Agora que foi posta ordem na rua – ou feita uma tentativa, pelo menos – o próximo objetivo da CML é limitar o número de tuk tuk e de outros veículos turísticos que podem circular em Lisboa e obrigar ao licenciamento prévio da atividade. Leia-se, criar regras.