1. Barro, Porto
Tânia Durão, 39 anos, e Francisco Marinho, 35, são a dupla por detrás deste novo restaurante (à qual se junta o sócio Diogo Resende), aberto no fim de junho numa artéria pedonal entre as ruas de Cedofeita e de Bombarda. A chefe de cozinha (ex-Atrevo) decidiu fazer “uma pausa no fine dining e voltar às origens, à cozinha portuguesa”, diz-nos enquanto prepara um arroz de robalo, amêijoas e berbigão, que há de servir numa travessa de barro. O material que deu nome ao restaurante está, aliás, por toda a parte: nos candeeiros, a forrar uma das paredes e no balcão, um projeto de Jorge Magalhães Alves com design de Frederico Almeida.
“Queremos dar um olhar contemporâneo e moderno à cozinha tradicional, com preços acessíveis”, acentua Francisco, que toma conta da garrafeira dedicada a pequenos produtores (vinho a copo a partir €3). Para início de refeição, provem-se as pataniscas de bacalhau ou de polvo, o escabeche de carapau ou as amêijoas à Bulhão Pato. Prossiga-se com filetes de polvo, arroz de vitela (inspirado no arroz à moda do Porto), rosbife ou açorda de ovas e carabineiro. Para terminar, adoce-se a boca com leite-creme, natas do céu, pudim abade de Priscos ou tarte de chocolate e caramelo salgado. R. Miguel Bombarda, 38, Porto > T. 91 387 9367 > ter-sex 16h30-23h, sáb 12h-23h
2. Cibû, Leça da Palmeira
O nome do primeiro restaurante de Hugo Portela, 40 anos, remete para o regionalismo transmontano cibo (pedaço de qualquer coisa). Aberto em junho, o Cibû é “um restaurante de raiz tradicional portuguesa de partilha, com pratos simples e descomplicados, que aposta na qualidade do produto”, resume o chefe natural de Chaves, que até então passou por cozinhas de hotéis no Porto e em Vila Nova de Gaia (Torel Avantgarde, Virtudes e Hilton). E, acrescentamos, com muita criatividade.
O que dizer do bolo de arroz de gamba rosa, do pastel de beterraba ou do palmier de presunto e terrincho, nos snacks salgados, numa desconstrução dos doces? Ou do tártaro de novilho com folar de Chaves, da espetada de lulas com chouriço e da sanduíche de rojões com pickles, nas entradas? Nos pratos principais (em tachos de barro negro de Bisalhães, com um naperon de renda a servir de base), destacam-se a costela mindinha – de carnes de raças autóctones portuguesas: maronesa, barrosã ou cachena –, o arroz de peixe e camarão ou a açorda de polvo inspirada naquela que a avó de Hugo servia na noite da Consoada. Neste “pedacinho” de Trás-os-Montes, bebem-se vinhos naturais e de baixa intervenção, kombuchas e águas aromatizadas com frutos da época (pêssego, meloa, menta e cereja). R. do Castelo, 15, Leça da Palmeira > T. 22 242 6929 > qua-sáb 12h30-15h, 19h30-22h, dom 12h30-15h
3. Urraca, Porto
Autodenomina-se como “irmã” do Mafalda’s (o restaurante no Mercado de Matosinhos, de Inês e Mafalda Pando e Miguel Prata) este Urraca que desde julho serve “uma comida sazonal e do mundo” no Fiasco, o bar no Bonfim que é também a loja de discos 8mm Records.
“A cozinha vai beber ao mesmo registo do Mafalda’s”, descreve Lia Igreja de Oliveira, conhecida no mundo da coquetelaria e agora gerente deste restaurante. Na carta, do almoço ao fim da tarde, tanto pode encontrar a sanduíche sando (com atum fresco) como o pastel de massa tenra com ossobuco e a focaccia ou optar pela sopa ou pelo prato do dia – diferente a cada semana e com sabores do mundo: sopa bissara, de Marrocos, shakshuka (do Oriente) ou rendang (Indonésia) são alguns exemplos. Para beber, há vinhos naturais e limonadas feitas por Lia, que apenas aos sábados se entrega à criatividade dos seus cocktails. Av. Rodrigues de Freitas, 133, Porto > ter-sáb 12h-18h
4. L’Egoïste, Porto
A oliveira no meio da sala dá o mote à carta portuguesa deste novo restaurante “que quer ser disruptivo e divertido”, salienta o chefe de cozinha do Renaissance Porto Lapa, Duarte Batista. A sapateira recheada acompanha com pequenas panquecas salgadas, o porco à algarvia (porco preto alentejano) é servido com amêijoas, coentros e puré de batata fumada, o bacalhau à Zé do Pipo é escalfado em leite (em vez de assado) e a francesinha chega num pão crocante em forma de rolo.
As sobremesas para partilhar, a cargo do chefe pasteleiro Ricardo Tiago, seguem a mesma linha. Cannolis com recheios do mundo: requeijão e paracuca (Angola), quindim (Brasil), bebinca (Goa) ou bolo de banana (São Tomé e Príncipe); o abade pegou fogo (pudim abade de Priscos que vai para a mesa com o merengue a fumegar, grelos em várias texturas e gin tónico) ou o pastor e o chocolateiro, que junta uns improváveis queijo de ovelha, chocolate branco, ameixa, alperce e azeitona. Renaissance Porto Lapa > R. de Cervantes, 169, Porto > T. 22 976 9810 > seg-dom 11h-23h
5. Blss U, Porto
Integrado no Sé Catedral Hotel Porto, Tapestry Collection by Hilton, a poucos metros da Sé do Porto, o Blss U é um gastrobar descontraído para almoçar ou jantar. A carta, da autoria do chefe Xavier Oliveira com a curadoria do chefe Miguel Rocha Vieira, é inspirada nos sete pecados capitais e pretende ser “irreverente” à volta da cozinha do mundo. Do receituário português, conte-se com um arroz de sarrabulho reinventado com vários tipos de cogumelos e servido num pote de ferro fundido, a feijoada de bacalhau inspirada nas tripas à moda do Porto, o frango piripíri servido num espeto ou “uma francesinha meio asiática” (assim descrita na carta): pão de forma enrolado passado por alga noori, recheado com enchidos e acompanhado com o típico molho picante. Quem quiser prolongar a noite pode optar pelos cocktails Luxúria, Gula no Morro ou Vaidade (a partir €9). Sem medo de pecar. Sé Catedral Hotel Porto > R. Chã, 44, Porto > T. 91 383 1589 > seg-dom 12h-15h30, 19h-23h30
6. Ikebana Izakaya, Porto
Aberta em meados de agosto, a nova taberna japonesa da cidade (com o nome da arte floral japonesa ikebana) tem a assinatura de Agnaldo Ferreira, chefe e sócio dos restaurantes Hikidashi e Ikeda. Os pratos clássicos japoneses servem-se em opções descontraídas como o katsusando (sanduíche em pão brioche com carne wagyu ou atum), ou o teppanyaki de salmão, frango ou picanha. Ao balcão ou nas mesas, provem-se os diversos combinados de sushi, acompanhados de saquê (50 marcas disponíveis). Tudo para saborear com música ambiente e muitas flores a caírem do teto. Lg. Alberto Pimentel, 7, Porto > T. 915 784 982 > ter-dom 12h-24h
7. Belos Aires Praia, Vila Nova de Gaia
Depois de uma década no Porto, o argentino Mauricio Ghiglione abriu em julho um segundo Belos Aires junto à Praia da Aguda, em Arcozelo. A carta dos dois restaurantes é em tudo semelhante, com a diferença de neste ter uma maior oferta de peixe. De resto, serve a cozinha que lhe deu fama: das empanadas ao macarrão cavatelli com ragu de novilho, ossobuco estufado a baixa temperatura com polenta e vários cortes de carne argentina: ojo de bife, colita de cuadril, bife de chorizo (tudo escrito em espanhol). O brownie de chocolate com dulce de leche e merengue italiano é uma das sobremesas mais pedidas à refeição, que pode ser acompanhada de cocktails com vinho do Porto (a partir €8). R. do Mar, 227, Arcozelo, Aguda, Vila Nova de Gaia > T. 96 234 0540 > seg-sáb 12h30-22h, dom 12h30-20h