Este não foi só o ano em que Henrique Sá Pessoa recebeu a segunda Estrela Michelin (para o restaurante Alma, em Lisboa). Em 2018, o chefe de cozinha abriu o primeiro restaurante no Porto, o Tapisco, apostando na junção das tapas espanholas com os petiscos portugueses.
Também José Avillez, com duas Estrelas Michelin, levou o seu Mini Bar ao Porto. Ali, manteve-se a teatralidade do congénere lisboeta, no Teatro São Luiz, embora a decoração, assinada por Ana Anahory e Felipa Almeida, seja consideravelmente diferente. Para uma experiência gastronómica mais abrangente, sugerem-se dois menus de degustação: o Em Cartaz e o Épico, este último com pratos mantidos em segredo, para maximizar o efeito surpresa.
A chefe brasileira Angélica Salvador apaixonou-se pela comida portuguesa e abriu, na Foz, o In Diferente, um restaurante para servir uma cozinha contemporânea de autor.
Numa altura em que tudo tem conceito, o restaurante Apego quer ser um restaurante sem conceito, focado no essencial: ambiente descontraído e boa comida. Por isso, a sua carta é simples: duas entradas, dois pratos e duas sobremesas.
Por sua vez, Miguel Castro e Silva e José Miguel Guedes partilham a assinatura da cozinha do Casario, um projeto da Gran Cruz, marca líder nos vinhos do Porto, na Ribeira do Porto. “Bebemos um do outro e conseguimos criar algo em conjunto que é mais do que a soma das partes”, diz Miguel Castro e Silva. Uma “alquimia”, como descreve Jorge Dias. Ali, apostam na alta-cozinha e nas explorações do receituário português.
Na Rua da Picaria, que está a tornar-se uma das mais gastronómicas do Porto, descobre-se o Ilegal, onde se partilha comida de rua com inspiração nos quatro cantos do mundo. Sem entradas nem pratos principais, o menu organiza-se por opções já prontas, como pipocas caramelizadas com bacon e parmesão, costelinhas de porco sticky e o pica-pau ilegal.
Há mais uma paragem obrigatória nesta rua, o Boa Bao, restaurante de cozinha pan-asiática que nos leva de viagem ao Laos, Vietname, Tailândia, Coreia do Sul, Camboja, Japão e China. Dim sum, vegetariano ou de camarão; rolo vietnamita goi cuon; tiras fritas de carne de vaca seca com sésamo e bao (os pãezinhos cozinhados ao vapor, que dão nome ao restaurante) de pato à Pequim ou de camarão, são algumas sugestões.
Na bonita Rua das Flores, que nos leva até à Ribeira e ao Douro, o restaurante Semea, de Vasco Coelho Santos, privilegia os produtos portugueses da época. Uma coisa é certa: a carta, embora despretensiosa, respeitará a sazonalidade dos ingredientes.
Já O Rei dos Queijos, loja fundada em 1925, reabriu este ano e inclui, agora, uma carta, para degustar a qualquer hora do dia, pensada pelo chefe João Pupo Lameiras.
No Cozinha Cabral, restaurante na Baixa do Porto, podem matar-se as saudades dos pratos tradicionais com as sugestões preparados por Diogo Cabral. A dois passos, fica o restaurante A Brasileira – ao lado da cafetaria centenária com o mesmo nome, devolvida este ano à cidade –, onde o chefe Rui Martins presta homenagem à cozinha portuguesa de uma forma reinventada.
Dez anos depois de ter fechado, o restaurante Carlos Alberto voltou à praça com o mesmo nome, com algumas mudanças, mas sem reinventar completamente a carta. A ideia foi recuperar a cozinha original e atualizá-la. Ali, é com o polvo à lagareiro, bacalhau com broa e posta de vitela que se faz o elogio à boa comida tradicional portuguesa.
Mudando de sabores e de raízes, no Boteco Mexicano, o chefe Luís Américo leva-nos dos sabores do Brasil ao México, e da farofa aos nachos.
De Aveiro para um edifício cheio de história com vista para o Jardim da Cordoaria, no Porto, veio o Subenshi, restaurante japonês onde o segredo está em usar matérias-primas de muita qualidade e fazer as coisas com amor.
Já o novo restaurante Fava Tonka, do chefe Nuno Castro, em Leça da Palmeira, Matosinhos, propõe uma cozinha vegetariana, sazonal e orgânica.