É a primeira vez que encontramos o chefe José Avillez, num dos seus restaurantes, sem a jaleca vestida e em modo descontraído. Está a poucos dias de umas merecidas férias e, a seu lado, tem o colega de profissão Diego Muñoz, com quem vai partilhar o primeiro andar do Bairro do Avillez, em Lisboa. Será neste piso, concebido pelas designers de interiores Ana Anahory e Felipa Almeida, que na segunda-feira, 24, abrirá a Cantina Peruana, com carta assinada por Muñoz e dedicada às diferentes cozinhas do Peru. “É uma gastronomia assente numa cultura milenar, inspirada em diferentes culturas, como italiana, chinesa e japonesa”, explica o chefe dos restaurantes 1111 Peruvian Bistro, em Miami, e Belmond Andean Explorer, o primeiro comboio de luxo que atravessa os Andes.
O ceviche crocante de pele de peixe e tiradito de vegetais, com leite de tigre de palmito e cebolinho (€4) e o cocktail Chabuca Limeña (€10), homenagem à cantora Chabuca Granda, feito com chicha morada (bebida originária da região dos Andes, à base de milho roxo), dão início à refeição. A ideia de José Avillez abrir um restaurante em parceria com Diego Muñoz nasceu há cerca de uma década, na altura em que estagiaram juntos no El Bulli, em Espanha. No ano passado, quando Muñoz veio a Lisboa, a Cantina Peruana começou a ser concretizada. “O Diego é um grande representante da cozinha peruana e é também um bom amigo. Sempre fomos trocando e-mails, mensagens e cruzámo-nos em algumas viagens”, conta Avillez, que será uma espécie de “ajudante” na arte de adequar os pratos ao paladar dos portugueses. A chefiar a cozinha, Diego Muñoz escolheu Yuri Herrera, nascido e criado no Norte de Lima, com quem trabalhou em 2012 no Astrid & Gastón, um dos melhores restaurantes da América do Sul.
“As cantinas peruanas são lugares de convívio e de partilha e onde se serve comida tradicional e de conforto”, explica Muñoz. A ementa desta Cantina Peruana, especializada na cozinha peruana contemporânea, divide-se em seis mundos. O primeiro é o Cru e Frio: Costa Peruana, que, segundo o seu criador, “reflete a ligação dos peruanos ao mar”, onde se destaca o ceviche, o prato mais conhecido do país. Segue-se o Mundo Brasas: Ruas de Lima, a lembrar os grelhados que se comem nas ruas. À escolha há anticuchos, espetadas feitas de coração de boi (€4), tentáculo de polvo (€8) ou de espargos brancos (€7), entre outras. Já com o pé no Mundo Frituras, encontram-se petiscos como a batata frita recheada com rabo de boi (€6). No Mundo Wok: Peru-China, estão arrumados os pratos de arroz cozinhados no wok. Já no Mundo Andino prova-se, por exemplo, choclo com queijo e manjericão (€6). Para terminar, no Mundo Doce: Costa, Serra e Selva, juntam-se sobremesas como o sorvete de pisco sour e chicha morada (€5)
O Pisco Bar Lisboa é especializado em cocktails feitos à base de pisco, a bebida espirituosa produzida desde o século XVI no Peru. A carta está dividida em Sours (tradicionais, como o pisco sour de maracujá e manga €8); Chilcanos (com gin ou ginger ale); Exploradores, como o cocktail Capitão Lisboa (€8) feito com ginjinha; e o Mundo Outros Peruanos em Portugal, com gin, rum, pisco e chicha morada.
Cantina Peruana > Bairro do Avillez > R. Nova da Trindade, 18, Lisboa > T. 21 584 2002 > seg-sex 19h-24h, sáb-dom 12h30-15h, 19h-24h