Quando nos falam em alta gastronomia, não imaginamos que vamos comer sobre as bancadas de mármore onde diariamente se vende peixe, nem percorrer os corredores de um mercado à procura de iguarias. De banca em banca, fomos descobrindo o foie gras preparado por Vítor Matos, a pavlova do chefe de cozinha João Espírito Santo, o sushi e o sashimi de Paulo Morais, as ovas de espada de Luís Pestana, o ceviche de carabineiro do espanhol Diego Guerrero ou a truta com caviar do francês Benoît Sinthon. Foram cerca de 400, as pessoas que estiveram na passada sexta-feira, 24, no jantar-volante do Madeira Terroir, iniciativa de abertura do festival gastronómico Rota das Estrelas, que, pela primeira vez desde o lançamento, em 2010, conta com dois restaurantes anfitriões na ilha da Madeira: Il Gallo d’Oro, do hotel The Cliff Bay, e William, do hotel Belmond Reid’s Palace, ambos no Funchal.
No Mercado dos Lavradores, as 36 bancadas da praça do peixe foram ocupadas por mais de 20 chefes de cozinha portugueses, franceses e espanhóis, a maioria com Estrelas Michelin, pasteleiros e sommeliers (entre os quais, António Lopes, João Chambel, Miguel Martins, Nuno Jorge, Francisco Marques, Sérgio Marques). A reunião serviu como aperitivo para os jantares programados para a 8ª edição da Rota das Estrelas, que junta este ano dez restaurantes, de norte a sul do País e ainda do Rio de Janeiro, no Brasil (Eleven Rio, de Joachim Koerper, dias 20 e 21 de julho), e de Barcelona, em Espanha (Nectari, de Jordi Esteve, de 4 a 7 de maio). Henrique Sá Pessoa foi o último chefe a completar a lista, mas o jantar do seu restaurante Alma não tem ainda data definida.
Os três primeiros jantares da Rota das Estrelas aconteceram logo a seguir ao Madeira Terroir, nos dias 25, 27 e 28, no Il Gallo d’Oro, de Benoît Sinthon (duas Estrelas Michelin). No primeiro dia, comeu-se o usuzukuri de pargo curado em sal e kombu, algas do Atlântico, de Sergi Arola, um carabineiro, yuzu e tangerina, criado por Alexandre Silva, o ovo surpresa Il Gallo d’Oro, crustáceos e caviar sturia, de Benoît Sinthon, e a presa ibérica, chutney de banana, jus de melaço e especiarias, cozinhada por Henrique Sá Pessoa. A refeição terminou doce q.b., com a pré-sobremesa de amêndoas, mango e maracujá, de Claire Verneil, e a fava paixão de chocolate Valrhona, de Nuno Castro. Em abril, a Rota das Estrelas segue para Montemor-o-Novo, no L’AND Vineyards, de Miguel Laffan, e até novembro haverá muito para provar.
Rota das Estrelas > L’AND Vineyards, Montemor-o-Novo > T. 266 242 400 > 21 abr > William, Funchal > T. 291 717 171 > 23-24 jun > Casa de Chá Boa Nova, Leça da Palmeira > T. 22 994 0660 > 7 jul > LAB, Sintra > T. 91 016 4826 > 27 set > Vila Joya, Albufeira > T. 289 591 795 > 20-21 out > Eleven, Lisboa > T. 21 386 2211 > 11 nov