Aqui se escreve sobre um jantar num palácio, à moda Restaurant Week (que decorre esta semana até domingo, 6). O menu é tradicional, com o twist by Vítor Areias que, constatei, é exímio nas espumas. Já eu, não tão expert, fotografei os pratos de telemóvel na mão, como pude
Coxa de frango frita com salada de amendoim e chilly fresco
Coxa de frango frita com salada de amendoim e chilly fresco
4. Estória, comer no palácio
O melhor: A espuma de queijo da Ilha
O pior: A pasta de tremoço do couvert não estar incluída no menu
Esta refeição promete ser marcada por estreias. Logo para começar, do próprio restaurante. É a primeira vez que o chefe de cozinha Vítor Areias, 31 anos, participa na Restaurant Week, visto que o seu Estória só abriu em outubro. Também estou a debutar naquele palácio que chegou a pertencer ao Marquês de Pombal e que fica do lado esquerdo de quem vai da Cruz Quebrada para o Dafundo, pela rua dos elétricos. Foi ali que funcionou, em tempos, o Novo Altair, especilizado em fondues. E ainda hei de ficar a conhecer o sabor do javali, embora não tenha compreendido bem a fixação de Óbelix pela carne deste animal…
O couvert que me recebe na mesa merece os €3,5 extra. Um cestinho de pão, “feito cá”, como avisa o Vítor Areias, para barrar com uma peculiar pasta de tremoço, outra de feijão e ainda manteiga com cominhos. É perfeito enquanto se espera por uma das duas opções de entrada. Eu cá consegui provar ambas, apesar de ter escolhido a Salada Tépida com Presunto de Porco Preto, Ananás e Espuma de Queijo de São Jorge. A junção de sabores resulta, a espuma é divinal, mas seria melhor arranjarem outro nome para um prato que não leva um único legume (a batata, aqui frita aos cubinhos, é um tubérculo).
A outra entrada, uma rechonchuda Coxa de Frango Frita, com salada de amendoim e chilly fresco, acaba por saber melhor do que aparenta quando chega à mesa. Na verdade, a coxa está recheada o que lhe dá uma textura diferente e apetitosa.
A seguir, calha-me outra vez bacalhau na rifa. Vem um lombo confitado em azeite assente num prato bem fotogénico e mais um brinde, à parte, numa pequena caçarola, que o chefe de cozinha diz ser à moda de Conde da Guarda, mas que eu provo e acho ser gratinado e delicioso, até para quem não morre de amores por este peixe (já o havia declarado no meu take II).
A minha escolha foi para o entrecosto de javali. Primeiro porque gosto muito de peças de carne com ossos, depois porque nunca tinha experimentado esta carne. Não fiquei fã, nem conto voltar a comê-la. Socorri-me dos legumes da época – cenoura, couve roxa e alho francês – para não deixar nada no prato, já que a dose é para alimentar com propriedade.
Na hora das sobremesas, elas foram repartidas. Mas não tenho dúvidas: em vez da Delícia de Chocolate com Pêra Bêbeda e Especiarias, prefirirei sempre o Pão de Ló de Azeite (nham) com creme de limão e merengue de flor de laranjeira (nham, nham). Os sabores são frescos e diferentes e a espuma (outra vez a espuma…) que remata este doce é o corolário perfeito da refeição. É com ela no pensamento que deixo este restaurante, já com a cabeça no… amanhã há mais.
Veja a lista completa dos restaurantes da Restaurant Week e faça a sua reserva aqui.