Se tivesse de eleger apenas um creme para o rosto, Filipa Almeida, dermatologista do Hospital Lusíadas Porto, escolheria de olhos vendados o protetor solar. “É o mais eficaz, porque é o que atua na prevenção”, justifica. Podemos queixarmo-nos da genética, do tipo de pele ou outras desculpas – mas o que principal fator de envelhecimento da pele é o sol.
Assim, tanto Filipa Almeida como Susana Vilaça, coordenadora da Unidade de Dermatologia da mesma unidade hospitalar sublinham a importância da aplicação diária deste produto, mesmo no inverno ou quando está nublado, pois a radiação ultravioleta (UV) de tipo A é constante ao longo de todo o ano.
Mas não há milagres. Os cremes antirrugas atuam meramente na superfície da pele, “não eliminam as marcas profundas nem a flacidez”, desmistifica Susana Vilaça. Para tal, recomendam-se outros tratamentos, designadamente a laserterapia e a injeção de substâncias como a toxina botulínica (mais conhecida por botox), os fillers (preenchedores) e os estimuladores de colagénio.
Antes de ir tão longe, no entanto, comecemos por hidratar bem a pele, mas atenção: muitas pessoas não conhecem o seu tipo de pele e escolhem cremes diversos sem qualquer critério, o que pode ser sinónimo de deitar dinheiro à rua. “Uma pele oleosa não quer uma hidratação muito excessiva, mas sim produtos que a renovem”, sustenta a coordenadora da Unidade de Dermatologia do Hospital Lusíadas Porto.

O preço conta?
Quanto ao preço dos cremes antirrugas, de facto os melhores produtos não têm necessariamente de ser os mais caros. “Existem excelentes opções adaptadas ao orçamento individual”, explica Susana Vilaça.
Além da questão do preço, existem determinados produtos que são mais irritativos e não são indicados a qualquer tipo de pele, tendo orientações específicas quanto à sua utilização – número de aplicações por semana, altura do dia mais indicada para a sua colocação, entre outros aspetos, daí ser essencial o aconselhamento médico.
As rugas dinâmicas são as chamadas “rugas de expressão” que podem aparecer em fases muito jovens. Existem cremes que atuam em rugas mais ligeiras e superficiais que são mais visíveis. “Ouvimos falar muito hoje nas nanopartículas que penetram na camada mais profunda da pele. Muitos cremes de antienvelhecimento contêm na sua composição vitamina A, que é um retinol, renova e esfolia um pouco a pele, o que vai tratar manchas escuras e rugas mais superficiais”, refere a dermatologista. Já numa pele mais enrugada, “por muito mais caro que o creme seja, não vai ser possível atingir esse resultado”.
Em alguns tipos de rugas, não se consegue atenuar os sinais do envelhecimento sem recorrer a outros tratamentos minimamente invasivos. “Por exemplo, em rugas profundas, por muitos cremes que se utilizem, mesmo com ácido hialurónico – que é excelente – vamos precisar de intervenções mais profundas”, conclui Susana Vilaça.
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