Atualmente, em Portugal, apenas uma parte da população é elegível para a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Mas nos EUA, já todos os adultos vacinados podem receber a terceira dose, e alguns pais já se começaram a questionar se os seus filhos adolescentes que já foram vacinados precisarão de uma dose de reforço.
Apesar de ainda haver estudos em curso sobre o assunto, cujos resultados ainda não são conhecidos, Anthony Fauci, imunologista e diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, diz que provavelmente não.
Fauci diz que é “pouco provável” que os adolescentes precisem de doses de reforço, “porque os adolescentes saudáveis têm uma resposta imunitária muito melhor e mais forte do que eu, por exemplo, como pessoa idosa”.
É sabido que nos adultos, a imunidade conferida pelas vacinas começa a diminuir passado algum tempo – daí a recomendação da dose de reforço. Mas nos adolescentes, “pode ser que passe um período de tempo muito maior antes de [a sua imunidade] começar a diminuir”, continua. “Eles têm um sistema imunitário muito robusto. Por isso, não me surpreenderia que eles tivessem uma protecção que vá muito além desses seis meses”.
No entanto, outros especialistas preferem esperar um pouco mais para dar uma resposta, uma vez que ainda há relativamente poucos estudos sobre a necessidade de uma terceira dose em adolescentes.
“Neste momento, não é provável que eu recomende pessoalmente que a população adolescente receba uma dose de reforço”, diz Saju Mathew, médico de cuidados primários e especialista em saúde pública, à CNN. Entre as razões está a falta de dados, e ainda o facto de as vacinas da Pfizer e Moderna terem um risco, embora baixo, de inflamação cardíaca em pacientes jovens.
“Contudo, tenho alguns pacientes adolescentes com condições médicas subjacentes”, acrescenta. “Assim, se um jovem de 17 anos tem asma grave, fibrose cística, ou algum tipo de condição pulmonar subjacente, eu recomendaria uma dose de reforço. Mas não me sinto confortável em dar uma recomendação universal e ampla para todos os adolescentes nesta altura, enquanto não tivermos dados suficientes”.