A pessoa tem os sintomas clássicos – febre alta, tosse, dores no corpo –, sabe que esteve em contacto com alguém infetado, faz um teste de diagnóstico do coronavírus e o resultado vem negativo. É um problema bastante comum, do qual a comunidade médica tem vindo a aperceber-se com cada vez mais relevância.
Para já, o único teste de diagnóstico disponível, o tal da zaragatoa, baseia-se na identificação do vírus no material colhido, a orofaringe, sendo uma técnica, a PCR, usada de forma rotineira, sempre que o objetivo é detetar material genético. Depois de o vírus ser extraído da amostra, amplifica-se a quantidade de material milhares de vezes em laboratório, para então se pesquisar o material genético que é a sua assinatura.
A ocorrência de falsos negativos depende muito do tipo de teste feito, da perícia na colheita, da fase e da manifestação da doença.
Ninguém conhece ao certo a taxa de falsos negativos, mas estudos chineses apontam para um valor que pode chegar aos 30 por cento.
Um problema grave, denunciado no jornal The New York Times, pelo médico e professor na Universidade de Yale, Harlan M. Krumholz. “Corremos o risco de estar a subestimar a propagação do vírus, mesmo que aumentemos o número de testes feitos”, sublinha. “Mesmo que surjam testes melhores, devemos sempre pôr os resultados em contexto, usando as outras informações recolhidas. É uma lição que perdura em toda a Medicina: olhar para os dados todos e não apenas para uma pequena parte.”